Exposições Anteriores

Ano 2023

11/11/2023 à 23/11/2023

MANIA DE AQUARELA
DIA MUNDIAL DA AQUARELA IWS-BRAZIL 2023
ORGANIZAÇÃO IWS-BRAZIL

 

17/10/2023 à 04/1012023

FLOR FLORA FLORAL
EMILIA GOLA LENI FUJIMOTO MARIA INÊS LUKACS
Waldemar Zaidler e Priscila Mainieri

A exposição Flor Flora Floral apresenta aquarelas recentes de Emilia Gola, Leni Fujimoto e Maria Inês Lukacs que em suas pinturas exploram a potência da flor enquanto signo para abstrair, figurar, compor. As três artistas foram premiadas pelo Ateliê Galeria Priscila Mainieri entre os 20 selecionados para a coletiva Dia Mundial da Aquarela 2022 – Secos e Molhados –, mostra realizada em parceria com a International Watercolor Society – Brasil.

 

Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.


Carlos Drummond de Andrade

Em Flor Flora Floral vê-se a germinação desse investimento: o segredo se revela em inflorescências e o improvável manifesta-se.

Desde sempre tópica na arte, flores desabrocham prenhes de significados que se despetalam em outros e outros. Flores são efêmeras como as cerimônias e rituais que enriquecem, mas os efeitos que causam perduram na memória; são portadoras de um não se sabe quê, ímãs que atraem os sentidos e espírito. Um pouco há de ser pela improbabilidade das formas e cores que suscitam; outro tanto talvez pelas paisagens e jardins que as flores fazem formular; quiçá ainda pelo condão de gerar ambiências estimuladoras, girlandas para práticas humanas das mais profanas às mais sacras.

A ideia que organiza a exposição Flor Flora Floral sintetiza-se na tríade coisa, paisagem e ambiência, analogamente ao que se faz com a Lua. Há o satélite Lua, corpo celeste, objeto de louvores, oferendas, estudos; há o luar, que só pode se fazer paisagem com a presença do satélite; e há o luau, que além de luar reclama por gente, exige a luz da Lua mais a luz da fogueira.

Na seleção e na organização das obras expostas procurou-se perceber como no trabalho de cada uma das artistas predomina a abordagem do tema flor em relação aos aspectos acima enumerados: se para o substantivo, se para a paisagem, ou se para o imaginário. Em plano de fundo estiveram sempre presente as Três Graças Tália, Aglaia e Eufrosina, musas respectivamente responsáveis pelo nascimento das flores, pela claridade e pelo sentido da alegria.

Leni Fujimoto figura a flor, substantivando-a em toda a delicadeza de suas formas; fecunda poeticamente a coisa emprestando-lhe perenidade.

Maria Inês Lukacs sugere a flor na paisagem, fazendo da natureza jardim; cria ambientes silvestres que expressam estruturas florais.

Emilia Gola extrai da flor a ambiência, deixando fluir a subjetividade; organiza suas composições a partir de colagens e busca o floral, estados de espírito, harmonizações emocionais.

As aquarelistas pintam também outros motivos mas, aqui, vêm para nos lembrar que das flores não há mais nada a dizer, a não ser que é preciso ver as flores.

 

Waldemar Zaidler, setembro 2023

14/09/2023 à 05/10/2023

PINTURAS E OBJETOS SAMUEL RIBEIRO JR.
SAMUEL RIBEIRO JR.
Waldemar Zaidler


 

A exposição Pinturas e objetos reúne 50 trabalhos recentes e inéditos do artista, arquiteto e designer Samuel Ribeiro Jr. São 25 assemblages, 19 pinturas e 6 colagens que abordam poeticamente a Memória, oscilando entre a concretude e a abstracão. São, simultaneamente, conteúdos e continentes de resíduos e reminiscências. Transformando em ser aquilo que já não mais é,  Samuel Ribeiro Jr. sugere reflexões oportunas em tempos, como nunca, marcados por disputas pela manutenção da Memória.

 

 

Carlos, Manoel e Manuel encontram-se em Samuel.

O Bandeira vê-se na indefinição plástica das pinturas, reforçando o chute no parnasiano sapo-tanoeiro: “Vai por cinquenta anos / Que lhes dei a norma: / Reduzi sem danos / A formas a forma”.

Do de Barros: “Todo lixo é bom para a poesia”, e nos objetos só não se vê, ainda, um “chevrolet gosmento”.

Pelo prisma de Drummond: “Fica sempre um pouco de tudo / Às vezes um botão. Às vezes um rato”. Samuel faz das pinturas continente, e dos objetos, conteúdos da Memória, tema central desta exposição.

Memória não se confunde com lembrança. As lembranças de Samuel movem – e em alguns casos até definem – a distribuição de formas nas pinturas e a busca dos resíduos que agrega nos objetos; entretanto, uma vez finalizados os processos e expostos os resultados não é mais a subjetividade do artista que importa, mas, sim a do observador.

Identificar cacarecos em deambulações, catá-los, transportá-los, armazená-los, fixá-los juntos criteriosamente, tudo isso é afetado por lembranças pessoais – algumas mais, outras menos conscientes – e é divertido conversar sobre esses encadeamentos com o artista. Entretanto, assim como ocorre com os neologismos, uma vez na boca do povo, os possíveis significados saltitam até que se forme algum consenso semântico.

Na construção dos objetos, trecos são justapostos sem qualquer subordinação, em parataxe, como faz Guimarães Rosa com a palavra sagarana (saga + rana, “semelhança” em tupi). Alhos e bugalhos transconectados sugerem e estimulam descolamentos de sentidos, surpreendem e escapam de suas significâncias ordinárias. Tal efeito, entretanto, Samuel não alcançaria sem o rigor compositivo, o senso cromático e as soluções estruturais para as quais certamente contribuíram suas décadas de prática profissional como arquiteto e designer gráfico. Não há nos objetos nada de aleatório, mas, ao mesmo tempo, é tudo viagem. Oba! “Os delírios verbais me terapeutam.” Os visuais também.

A prática de combinar trens disparatados com intenções artísticas – assemblage – não é novidade. Já em 1886, o despretensioso grupo de artistas parisienses Arts Incohérents convidava o público para ver trabalhos, como, por exemplo, o intitulado “Pá Enxada Tampa de Bueiro Tudo Jogado Lá”. Tranqueiras foram articuladas no cubismo, no dadaismo, no surrealismo, na pop art, nas instalações etc. Assemblage é uma extensão do termo colagem, este utilizado em 1912 por Apollinaire para designar a invenção que identificou naqueles trabalhos em que Picasso grudava troços sobre telas pintadas. Em 1913, Duchamp apresenta seu primeiro ready-made: uma roda de bicicleta sobre um banco de madeira. Uma colagem de Richard Hamilton, em 1956, é apontada como germinal da    pop art.

Samuel insere-se nessa linhagem e também, para ele, a colagem foi uma das portas de entrada para as práticas plásticas, precedendo a sua produção de objetos, que ele próprio classifica como colagens tridimensionais. Seis colagens produzidas recentemente foram selecionadas para integrar esta mostra, além de 19 pinturas e 25 objetos.

Ainda que em diferentes momentos a assemblage fosse revestida de nomeações e conceituações singularizadas, ela sempre se manteve distante das artes ditas aplicadas. Inseriu-se no universo dos museus e das galerias e nele vem pelejando há décadas, com avanços e retrocessos na ousadia propositiva ou investigativa, em busca da codificação de uma linguagem expressiva. Conseguiu, em boa medida, estabelecer um discurso próprio e referencial como gênero no cardápio da arte moderna.

Sócrates condenava a escrita como ameaça à Memória. Hoje, em meio a ruínas éticas, há quem questione as maquinações que ameaçam monopolizar as decisões sobre o que deve ser passado adiante. Nesse contexto é alvissareiro que artistas insistam em transformar em ser aquilo que já não mais é, reciclando a noção de que Memória se edifica também nas dimensões coletiva e social. Papos de humanos, para quem pensa que: “Se de tudo fica um pouco, / mas por que não ficaria / um pouco de mim? no trem …”.

Nas pinturas, Samuel não se põe em busca de organizações coerentes que estabeleçam enredos. Empenha-se, parece, em conferir expressão poética       a construções de espaços imaginários onde poderiam habitar seus objetos. Assim como nestes, cada parte – forma, mancha, linha, letra – lançada sobre a superfície é simultaneamente consequência e causa da anterior e da próxima. Uma abstração do futuro enquanto passado que transcorre no presente, Memória projetada.

Monocromáticas, ou quase, nas pinturas, a cor unifica e integra as formas no plano pelo controle de equivalências de intensidades luminosas, procedimento que imprime homogeneidade ao conjunto a ponto de possibilitar a combinação dos trabalhos aos pares ou aos trios. Mais uma vez, justaposições assindéticas, agora pictóricas-gráficas-simbólicas.

Nesta exposição, concretude e abstração se complementam. Para saber como Samuel consegue essa façanha, só mesmo vendo, não adianta tentar explicar.

 

Waldemar Zaidler,

curador

 

julho 2023


17/03/2023 à 06/04/2023

ESPAÇOS
ANGELI ARREGUI
Selma Daffre e Priscila Mainieri

 

Para Angeli a aquarela não é um fim e sim um meio para expressar sua relação com o mundo que a circunda. Um mundo que é absorvido e interiorizado. 

Seu trabalho parte da percepção apurada das cenas, da contemplação, porém vai muito além da representação, esbarra na sensibilidade, extrapola o limite do físico, do corpo e mergulha num contexto de alma.
Não importa se são paisagens, flores, águas, cidades, nus ou abstrações, os elementos são encadeados em movimentos ritmados, equilibrados em forma, tons e contrastes, são zig zags bem estruturados que aguçam e acalmam a percepção do espectador.

Os espaços permeados pela cor, pela luz, sombras e por linhas que unem delicadamente a composição,  ocupam o suporte  de maneira harmoniosa, imprimindo volume, perspectivas e texturas.

Angeli apresenta nesta exposição, mais de 40 pinturas recentes que expressam sua pesquisa cuidadosa e seu vínculo íntimo com as artes visuais contemporâneas.

(Priscila Mainieri, fevereiro 2023)

Angeli é natural de Montevidéu, Uruguai, reside em São Paulo. Tem uma vasta experiência em aquarela. Atualmente, orienta grupos de artistas aquarelistas e participa do atelier Selma Daffre. 
Por nove anos fez parte do grupo de estudos com a Prof. Gallina Sheetikoff. Vivenciou workshops nacionais e internacionais em Ilhabela, Uruguai e SP.  Entre 2000 e 2002, em Porto Alegre, frequentou cursos no Museu de Artes , Casa de Cultura Mário Quintana e Ateliê da Prefeitura. Desde 2007, vem mantendo seu trabalho exposto em grandes mostras de aquarela, a saber: Exposição individual no Consulado do Uruguai em SP (2019), Grande Exposição de arte Bunkyo (2015/16/17 e 18); Salão de Aquarela de Piracicaba (2015/16 e 17); 12a exposição de intercâmbio Nipo-Brasileiro, 2016; 5th International Watercolor Terminal, Colômbia, 2015; Exposição Anual ABA (2011/12 e 13); entre outros.

 

Ano 2022

18/11/2022 a 03/12/2022

Dia Mundial da Aquarela 2022 - Secos e Molhados
coletiva artistas selecionados IWS Brazil
IWS Brazil e Ateliê Galeria Priscila Mainieri

 A IWS - Brazil e o Ateliê Galeria Priscila Mainieri convidam para a exposição 

Dia mundial da Aquarela 2022 - SECOS & MOLHADOS

 
Pintar, fazer, executar... na aquarela esses comandos não são mecanizáveis. Ações e reações têm compassos e ritmos próprios que vibram em cores transparentes permeadas pela água.
O pincel imprime uma caligrafia fluente, resultado da insistência e permanência na prática e na técnica, assegurando manifestações poéticas competentes.
Além do mergulho íntimo na criação artística, a cumplicidade em compartilhar conhecimentos e buscas introduz o artista num corpo coletivo.
Esse desafio da contemporaneidade, no qual o artista utiliza-se de sua linguagem para  criar redes de trocas equilibradas, está representado nesta mostra, que não só apresenta, mas também se propõe a aglutinar.
Priscila Mainieri, nov/22
 
A exposição reúne mais de 20 artistas brasileiros que exibem suas aquarelas em homenagem ao Dia Mundial da Aquarela.
Para essa edição contamos com a participação especial de Carlos Avelino como artista convidado.
 
Durante o período da exposição teremos na Galeria um roteiro semanal de atividades voltadas à aquarela e a presença da Loja Artistas do Mundo nos dias 19/11 e 23/11.
 
Abertura: 18/11 das19h às 22h
Visitação: até 03/12, de segunda a sexta feira, das 14h às 19h; sábados, das 10h às 15h.
Rua Isabel de Castela, 274 Vila Madalena, São Paulo, SP

22/10/2022 a 12/11/2022

FRENHOFER RETRATADO
Carlos Matuck
Waldemar Zaidler

As muitas faces de um personagem que atravessa a modernidade 

A exposição Frenhofer Retratado apresenta 63 trabalhos recentes e inéditos de Carlos Matuck, todos compostos a partir de reflexões e referências sugeridas na novela A obra-prima ignorada, de Balzac, na qual o pintor fictício Mestre Frenhofer contracena com os reais Poussin e Porbus discutindo questões da arte e da pintura em voga até hoje. Nas pinturas e desenhos expostos se entrevê citações visuais fundidas a corpos, seres, imagens impressas. Dessa mistura, em jogo de figura-fundo, emergem rostos que devolvem agudamente o olhar de quem se dispuser a vê-los.

 


Frenhofer Retratado

 

Labirinto evoca o aflitivo sem saída. Os labirintos propostos pelas pinturas e desenhos de Carlos Matuck, porém, invertem essa noção: neles o difícil é entrar e, uma vez lá dentro, não se quer sair. O prazer do passeio por suas galerias e câmaras é semelhante ao proporcionado por uma história bem escrita. O que faz sentido, pois Frenhofer, retratado em todos os 63 trabalhos da exposição, é personagem central da novela A Obra-Prima Ignorada (Le chef-d’oeuvre inconnu), de Honoré de Balzac, publicada em 1831 e revisada em 1837, edição em que Frenhofer, ao final…

 

O fictício Mestre Frenhofer, alma romântica deslocada por Balzac para o início do século XVII, ecoa Pigmaleão e prenuncia Gepetto: apaixona-se perdidamente por Catherine Lescault, musa-mulher-quadro jamais concluído que pinta às escondidas ao longo de dez anos, sempre angustiado. O pintor inventado é discípulo do existido Mabuse (1478-1535) e contracena com seus colegas, também reais, Poussin (1594-1665) e Porbus (1570-1622). 

 

As questões sobre arte e pintura por eles discutidas atingem o ápice quando, após muitas negociações, Frenhofer finalmente permite que Porbus e Poussin conheçam Catherine, que não existe a não ser na pintura A linda pentelha – assim intitulada pelo próprio Mestre. Para supresa dos dois, no quadro não conseguem ver nada além de “cores confusamente espalhadas umas sobre as outras, contidas por uma multidão de linhas bizarras que formam uma muralha de pintura”. Identificam apenas, num dos cantos, um pé, um delicioso pé, um pé vivo que emerge da caótica neblina, preservado da destruição. Como enuncia Teixeira Coelho, “Balzac escrevia uma alegoria ambígua e indecisa, por isso fascinante, do surgimento se não da arte moderna e contemporânea, pelo menos do artista moderno e contemporâneo.” 1

 

Tais questões refletem o que muitos artistas investigavam na pintura e na literatura produzidas na primeira metade do século XIX e, anacronismos à parte, muitas delas adiantando-se as que serão tratadas por Monet, Manet, Cézanne, Picasso, e ainda rondarão as pinturas abstracionistas-expressionistas e neoexpressionistas da segunda metade do século XX.

 

Esse manancial de referências visuais, somado a ensaios filosóficos, literários e à reclusão pandêmica orientaram os três últimos anos de pesquisa e produção de Carlos Matuck, inaugurando, muito provavelmente, a fase madura de um trabalho iniciado há 50 anos. 

 

Os quadros, feitos com tintas acrílicas sobre papel – utilizando penas de metal, de vidro, de madeira, pincéis de variados tipos e procedências, esponjas etc. – posteriormente montados em telas de acordo com rigorosos padrões de conservação, seguem procedimentos sui generis que combinam paradoxalmente jorros de pintura e controle técnico. 

 

As referências, pontos de partida anteriormente fotográficas, são agora obras de pintores mencionados na novela e por seus inúmeros comentaristas – entre outros Adão e Eva, de Mabuse; Ninphe Surprise, de Manet; Estudo para Maria Magdalena, de Rubens. Tais imagens são trabalhadas de maneira tal que, restando vagamente aludidas, trazem, em sua carne, possíveis retratos de Frenhofer e, em sua pele, Catherine Lescault e Gillete, outra personagem-chave da novela. E, não raro, um pé.

 

Em relação às fases anteriores do percurso de Carlos Matuck essas pinturas abandonam um certo quê caricatural, mas de forma alguma renegam o humor. Também guardam a produção seriada (a seleção para a exposição foi feita a partir de acervo de aproximadamente 150 obras), evocando, em paralelo ao que escreve Barthes sobre fotografia, a ideia de linhagem, a busca, pela insistência, de uma alegoria da persistência da espécie. Ao mesmo tempo, há o comum entre os elementos constituintes das séries, o que oferece ao vedor o prazer da busca de enigmáticas diferenças entre iguais, acirrando a disputa entre o olhar e o ver.

 

Ainda outros movimentos derrogatórios podem ser observados na série de desenhos e aguadas monocromáticas também exposta em Frenhofer Retratado

 

São feitos em papéis impressos, uns sobre páginas de enciclopédias antigas, outros sobre mapas. O que não mudou foram os cuidados de conservação, desde o tratamento de limpeza e prevenção de fungos dos papéis antigos até a aplicação de vernizes protetores. Mudou sim a seleção das páginas e mapas a serem combinadas entre si, que agora foram escolhidas em função do que nelas houvesse para estruturar visualmente os retratos de Frenhofer, e para combinar ou gerar conflitos entre significados. Em um mapa uma ilha surgere uma boca, em outro uma península parece um bigode… Carlos Matuck os vai justapondo de modo a estruturar um rosto. Sobre essa estrutura lança traços e manchas de modo aparentemente aleatório, sempre tendo em mente e à vista referências pertinentes ao universo frenhoferiano: Rembrandt, por exemplo, está presente em vários dos trabalhos. Mais uma vez, são simultâneas as alusões ao próprio retratado, à Catherine e à Gillete, que compõem juntamente com arquipélagos, besouros e outros que tais rostos que olham profundamente de volta a quem se der ao trabalho de os ver.

 

Assim são os labirintos de Frenhofer Retratado. Quem quiser neles penetrar ganhará, de brinde, um brinde com o Minotauro.

 

 

Waldemar Zaidler

Curador

 

Setembro 2022

 

PROGRAMAÇÃO

Os filósofos e professores Leon Kossovitch e Denis Brusa Molino comentarão as obras e suas referências em duas palestras gratuitas:

 

Panorama da pintura francesa, com Prof. Denis Brusa Molino – Quinta-feira, 27 de outubro, às 20h

Carlos Matuck – Trabalhos recentes, com Prof. Leon Kossovitch - Quinta-feira, 10 de novembro, às 20h

 

03.09 à 17.09

ODE À NATUREZA DA ALMA
RENATA BARRETO
Júlia Demeter

 

 

A exposição “Ode à natureza da alma” apresenta pinturas recentes de Renata Barreto. O feminino, a natureza e a vivência profunda das cores são temas recorrentes em sua pesquisa. No primeiro andar podem ser vistas telas de grande e médio formato pintadas à óleo, onde cores e curvas se misturam formando camadas de intimidade e reflexão. No segundo andar estão as telas figurativas em acrílica, com composições simbólicas em tons vibrantes, ao lado de aquarelas originais do oráculo Arco-íris da alma, desenvolvido pela artista, que nos convidam a desvendar mensagens de um universo de encantamento e sonho.

Renata Barreto é uma artista brasileira, nascida em São Paulo em 1985. Vive e trabalha em Cotia, São Paulo, Brasil. Seu trabalho artístico se dá principalmente no campo da pintura. Aquarelas coloridas repletas de símbolos dão vida, sobretudo, a figuras femininas, que tecem uma relação íntima com a natureza. Com uma forte inclinação para a cor, e sobretudo tons vibrantes, sua pesquisa se amplia em painéis abstratos de grande formato pintados a óleo e acrílica, explorando a poética de seu trabalho na dança entre os pigmentos.

Cursou Artes visuais na Faculdade Belas Artes de São Paulo (2007), Design Gráfico no Istituto Europeo di design (2009), Licenciatura em Artes visuais pela UNIMES/Santos (2014). Concluiu a pós-graduação Artes na Antroposofia em 2021 pela Faculdade Rudolf Steiner/São Paulo. Trabalha como arte educadora desde 2008, e como professora de arte em escolas waldorf desde 2018.

Sua prática artística se mescla com a prática educativa constantemente, propondo um mergulho profundo nas emoções e sensações através das cores, em seus cursos de pintura em aquarela e ateliê de acompanhamento artístico para adultos, com foco no desenvolvimento pessoal e terapêutico da Arte. Renata ministra também, em parceria com a arte terapeuta Célia Gomes, o Curso “Feminino em Cores – revelando seu oráculo pessoal”, jornada arte terapêutica para mulheres, onde através de 12 arquétipos da alma feminina cada mulher cria seu oráculo em aquarela. Em 2021, publicou pela Guardiã Editora o “Arco-íris da alma – inspirações para o bem viver”. Um oráculo com 42 cartas ilustradas em aquarela e poemas escritos pela artista. Para saber mais sobre a artista acesse o site: www.renatabarretostudio.com

 

 

PROGRAMAÇÃO:

Demonstração de pintura e conversa com a artista (eventos gratuitos)

·      Sábado 10.09 das 16 às 17h

·      Sábado 17.09 das 16h às 17h

Workshops de pintura em aquarela: (valor: R$120,00)

·      Encontro com as cores: paisagens a partir do arco-íris -  Sábado 10.09 das 10h às 12h, com Renata Barreto

·      Pintura oracular – imagens da alma - Sábado 17.09 das 10h às 12 , com Renata Barreto

Vivência Art &Soul Cacau (valor R$160,00)

·      Vivência artística e meditativa - Sábado 09.09 das 19h às 21h30 com Renata Barreto e Ismar Smith

 

06.08 a 27.08

AQUA
CARLA PETRINI, CARLA RONCARATI, DÉBORA DUARTE
Waldemar Zaidler e Priscila Mainieri

As pinturas em Aqua inundam olhos e deságuam memórias evocando o que sempre se viu sem nunca ter sido visto.

Sempre se viu porque representam paisagens construídas sobre vetustas abordagens que há séculos – pelos jardins, pela própria pintura, pela fotografia – propõem como tópica a água

e, como poética, ambiências geradas por combinações entre seus diferentes estados, cujas mutações são continuadas perpetuamente: sólido, líquido, gasoso; gota, rio, mar; névoa, nuvem, cumulus; acúmulos mais ou menos diáfanos que na atmosfera decompõem luz em cores animando a vida desde a aurora até o crepúsculo.

Sem nunca ter sido visto porque as pinturas em Aqua são frutos do encantamento de Carla Petrini, Carla Roncarati e Débora Duarte com seus próprios universos aquosos. São representações que brotam do desejo de compartilhar o transitório de paisagens vividas. A evaporação da água, que
na aquarela cumpre decantar no papel pigmentos em camadas sobrepostas, também revela para quem pinta, no ato da pintura, surpresas que conduzem à reconstrução das cenas lembradas não como
replay, mas como devir suspenso entre o físico e o metafísico.

Explica-se: em aquarela não há volta. O controle do aquarelista sobre os resultados de sua pintura é equivalente à somatória de sua intuição com seu senso estratégico para construção de imagens. A composição e o desenho, evidentemente indispensáveis, hão de estar tão introjetados no pintor quanto a gramática e a sintaxe no facundo. Isso porque, ao contrário de procedimentos coloristas, na aquarela a imagem se define ao final do processo: o desenho, assim como a luz, é resultado, e não ponto de partida.

Assim é que na aquarela, pela plasticidade, tensões superficiais e delicadeza,
a água – substantivo feminino – exige reverente observação de quem com ela opera. Os cuidados devem ser particularmente acurados quando se a emprega, como no exposto em Aqua, na representação de combinações áqueas que, em obstinada metamorfose, não param quietas para se deixarem observar. Este é o desafio inicial que valoriza o prêmio trazido por uma aquarela levada a bom termo: captar uma cena rica em significados e idealiza-la como paisagem: uma lâmina de tempo que se delineia em projeto, invenção de um discurso poético a ser elaborado com a mão para o olho, coisas de humanos.

Assim também é que, no processo de elaboração de uma aquarela, nada do projetado é garantido. Convive-se ao longo de toda a pacientíssima construção da imagem com a certeza da incerteza do que será, com a aceitação do feito como fundação do por fazer, com o reconhecimento de que, como diz Henry Bergson, “a realização traz em si um imprevisível nada que muda tudo.”

Talvez por isso seja tão bom namorar uma aquarela. Waldemar Zaidler, maio 2022 


CARLA PETRINI (1963, São Paulo, SP) vive e trabalha em São Paulo.

Bacharel em Artes Plásticas com ênfase em gravura e pintura pela Faculdade Santa Marcelina em 1985 e pós-graduada em Pintura em Aquarela pela mesma instituição em 1998, atualmente cursa pós- graduação em Arteterapia no Instituto Sedes Sapientiae. Desde sua graduação, vem aprimorando seus conhecimentos na área das Artes Plásticas em cursos e workshops no Brasil e no exterior.

Sua pintura explora paisagens e os espaços abertos, os céus arrebatadores, sem a presença de figuras humanas. A sensibilidade cromática e o senso dramático da paisagem são revelados por um sentimento exaltado de paixão pela dimensão espiritual da natureza. Outro aspecto de seu trabalho é relacionado àquela paisagem do entorno, à sua intimidade e ao espaço que a circunda.

Aquarelista atuante no cenário nacional, expõe em individuais e coletivas no Brasil e no exterior desde 1981.

Seus trabalhos encontram-se em diversas coleções particulares, além dos acervos do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Museu de Arte Moderna (MAM), Palácio do Governo do Estado de São Paulo, Casa
da Gravura da Fundação Cultural de Curitiba, Banco Safra, Banespa, SESC, Círculo Italiano, Pinacoteca da Fundação Cristiano Varella em Muriaé, MG, Centro Cultural da Embaixada Brasileira na Cidade do México, Museo Internazionale dell’Acquarello, Fabriano, Italia e Museo Bolivariano de Arte Contemporanea.


CARLA RONCARATI (1959, Belo Horizonte, MG) vive e trabalha em Vitória, ES.

Bacharel em Artes Plásticas, graduou-se em 2009 na Universidade Federal do Espírito Santo. A partir de 1983 começa a expor, tendo já participado de 23 exposições, entre individuais e coletivas, em Vitória, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Trabalha com desenho (grafite sobre papel) e pintura, acrílica sobre tela e aquarela sobre papel.

Participa de diversos projetos culturais, como o Movimento Urban Sketchers em Vitória, do qual é atualmente coordenadora. Colabora no Projeto de Extensão Práticas e Processos da Pintura, no Centro de Artes da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), além de promover oficinas e realizar curadorias de exposições.

Carla Roncarati explora nas aquarelas uma paleta cromática lisérgica, dramática e exuberante, revelando sua concepção, em aquarela, da supremacia da cor sobre o desenho. Particularmente ligada ao mar e às nuvens, procura captar seus movimentos deixando-se guiar pelas “misturas das cores que vão ocorrendo naturalmente” como resultado dos caminhos que a água percorre no papel.

O caráter dessas cores se inspira no Espalhamento de Mie, ou Dispersão de Rayleigh, fenômeno de dispersão da luz observado recentemente em várias localidades ao redor do mundo – inclusive Vitória –, decorrente das erupções de um vulcão na Ilha de Tonga, no Pacífico. Colorações assim singulares do céu atraem Carla desde que, décadas atrás, residiu por alguns anos em Volta Redonda (RJ), onde fenômeno semelhante resulta provavelmente da poluição do ar.


DÉBORA DUARTE DE OLIVEIRA (1976, Porto Alegre, RS) vive e trabalha em Porto Alegre, RS.

Artista, professora de aquarela. Desenha desde a infância, sempre
em busca de aprimoramento na direção da representação realista.
As experiências e o encantamento com a fluidez do nanquim forneceram as bases e o interesse para que, a partir de 2017, Débora se lançasse no mundo cromático da aquarela. Dedicando-se com afinco extraordinário, procurou cursos livres com Marcos Beccari, Eudes Correia, Cárcamo, Pito Campos, Renato Alarcão, Avelino, Stephanie Boechat, Leandro Nunes, Antônio Giacomin, Ari de Goes, entre outros, alcançando pleno domínio técnico com rapidez surpreendente, sobretudo se levado em conta que Débora compartilha a atividade de pintora com a profissão de fisioterapeuta.

Participou de exposições nacionais e internacionais pela IWSBrazil – Aguarelas & Aquarelas e O Processo do Artista – e duas exposições em Foz do Iguaçu. Ministra oficinas de aquarela e administra o grupo de pintura ao ar livre Plein Air RS, de Porto Alegre.

Na transição do desenho para a aquarela Débora passa a utilizar a água não só como meio físico, mas também como objeto de reflexão. Seu fascínio pelos movimentos das marés, nuvens e tempestades tornaram-se assunto de suas pinturas. 

09.07.2022

AS AQUARELAS DE PEIXES DO BRASIL
Renato Palmuti

Projeto cultural conjunto entre arte e ciência.  
Aquarelas de  Renato Palmuti  somada ao conhecimento cientifico dos autores Fernando Dagosta e Mário de Pinna, compartilham um 
profundo estudo sobre as espécies de peixes de água doce do Brasil.

As aquarelas de Renato Palmuti selecionadas para a exposição Peixes do Brasil buscam reproduzir a fluidez, o movimento e a leveza com que esses seres da água vivem submersos em um mundo diferente do nosso.
O livro, recém produzido traz mais de 100 espécies de peixes de água doce, com curadoria científica de Fernando Dagosta e Mario de Pinna, dois dos maiores especialistas em peixes do país.
Algumas espécies nunca haviam sido ilustradas e ganharam vida através do desenho e da pintura pela primeira vez.
Essa exposição traz uma seleção de aquarelas que representam a diversidade contida no livro e consequentemente nos rios de nosso país.
O resultado desse projeto é fruto de uma combinação profunda de arte e ciência, que se deu com muita troca, aprendizado e dedicação.

Ano 2021

23.11

Dia Mundial da Aquarela - O Processo do Artista

IWS-Brazil e Ateliê Galeria Priscila Mainieri

Aquarela, pintura milenar que tem o meio líquido como protagonista: a água é o meio e o acaso.
A fluência do pincel ao justapor e sobrepor os pigmentos evidencia a transparência e a luz, imprimindo na superfície o espírito, a sensibilidade e a poética do artista. Pensar a aquarela como o fio condutor da expressão da alma ao universo percebido não é exagero, é no processo espontâneo de revelar seu pensamento, pesquisas e questões que o artista instiga o expectador a encontrar sentido nesta troca.  Manifestar-se através da pintura é a mágica do artista, mágica essa que propomos compartilhar nesta exposição.


A International Watercolor Society - Brazil e Ateliê Galeria Priscila Mainieri convidam para exposição DIA MUNDIAL DA AQUARELA 2021 - O PROCESSO DO ARTISTA
A mostra reúne 24 artistas brasileiros que exibem suas pinturas juntamente com o passo a passo de seus processos de trabalho. A iniciativa acontece em homenagem ao  Dia Mundial da Aquarela com abertura programada para a mesma data 23/11/2021 às 19H. Rua Isabel de Castela,274. Vila Madalena.
Obrigatório o uso de máscara.

em exposição

DELICADEZA, um olhar sensível para o Acervo

PRISCILA MAINIERI

 

Neste ano atípico, todos nós  tivemos muitos desafios pessoais e profissionais e muitos ajustes para fazer  em nossas vidas, podemos perceber o quanto é importante cuidarmos de nós, do outro e do planeta. Com criatividade, compromisso e confiança estamos traçando nossos novos caminhos. Tenho certeza do poder que a  arte tem em nos remeter a sensações, lembranças, impulsos que ampliam nosso espaço físico para um mundo muito particular. Consciente ou inconscientemente, quando nos deparamos com a imagem, a cor, o volume, o movimento de uma obra disparamos impulsos elétricos que ativam algum lugar de sensibilidade e emoção... é apaixonante quando sentimos essa extensão e amplitude dos sentidos...reunir um conjunto de obras capazes de "conversar" com o público é uma missão desafiadora e gratificante. É com o intuito de compartilhar um olhar para a DELICADEZA que propusemos reúnir as obras que conseguiram, ao longo dos últimos 10 anos, nos cativar e envolver...bem vindo ao nosso universo...

Obras de

Angeli Arregui . Carlos Matuck . Claudio Gil . Claudio Rocha . Cristiano Lenhardt . Cristina Canepa . Danielle Carcav .

Doris Hahlweg . Eduard Maldus . Jon Gislason . Julio Barreto . Julio Minervino . Kiyoko Kozawa . Kiyomi Kuriki . Mariza Mainieri .Pedro Varela . Priscila Mainieri . Renata Basile . Renata Egreja . 

 

Rubens Matuck . Tide Hellmeister . Waldemar Zaidler

 

 

 

Você também pode nos visitar, estamos preparados para retomar as atividades presenciais com todo o carinho e cuidado.

 
Agende sua visita pelo e-mail contato@ateliepriscilamainieri ou pelo whatsapp (11) 94543-9343.

 

Ano 2019

23/11 a 14/12

Kairós, 12 artistas e um segredo

WALDEMAR ZAIDLER

Kairós: 12 artistas e um segredo reúne trabalhos de pequenos formatos – pinturas, desenhos, gravuras, recortes, fotografias –, de André Toral, Arnaldo Paoliello, Benê Dantas, Carlos Matuck, Julio Minervino, Mariza Mainieri, Priscila Mainieri, Ricardo Sanzi, Rubens Matuck, Sergio de Moraes, Vera Rossi, Waldemar Zaidler. Abertura: sábado, 23 de novembro de 2019, das 11h às 17h. Visitação até 14 de dezembro.

· Vila Madalena: r. Isabel de Castela, 274, tel. (11) 3031-8727; seg. a sex., 14h/19h; sáb., 11h/17h. 
www.ateliepriscilamainieri.com.br

06/06 a 29/06

ENTRE
MAURICIO PIZA
WALDEMAR ZAIDLER

 

Nas pinturas, desenhos e colagens de Mauricio Piza coisas e signos engatam-se uns aos outros em arquipélagos imaginários. Na exposição o olhar é conduzido em um passeio pelos repertórios do artista e convidam à reconstituição dos caminhos por ele percorridos na construção de suas “engenhocas paisagísticas”. Dinamizados por jogos compositivos e cromáticos, os ícones e formas de Mauricio remetem a engrenagens que se animam mutuamente. Nas telas, os elementos são poeticamente justapostos de acordo com uma geometria ao mesmo tempo incerta e minuciosamente calculada; no conjunto, geram movimentos constantes, tanto no interior das pinturas quanto na imaginação de quem as vê. 

                                                                                                                            Waldemar Zaidler, maio 2019


 
 
 
 
 

09/05 a 28/05

MENSAGENS CÓSMICAS
EDUARD MALDUS
PRISCILA MAINIERI

Durante o percurso artístico de Eduard Maldus, nota-se uma constante busca do equilíbrio entre forma e fundo.
Ele explora o campo de trabalho inicialmente centralizando as imagens porém, através de um contraponto inverso semelhante à figura amplia a percepção para além do limite do suporte.
Seus traços se deslocam num movimento harmônico  numa coreografia única que eleva os elementos geométricos ao mesmo tempo a papel de protagonista e de coadjuvante.
Os preenchimentos de cores , tons e texturas trazem o volume, massa e perspectiva à composição.
As linhas se fundem com as formas que intuitivamente  são construídas inversamente sobre o suporte, transformando o desenho em pintura.
Não é pouco dizer que a Dança passou do palco ao papel, com a mesma garra, força e delicadeza. 
A exposição Cosmic Messages  é a expressão artística de um longo processo de reconhecimento do ser completo , íntegro , parte elementar do universo que se manifesta de diversas formas e se revela ao outro livre de julgamento, por escolha pessoal , numa troca de vivências e convivências.

Priscila Mainieri , março 2019

14/02 a 04/05

ENTREVER
PRISCILA MAINIERI

ENTREVER. É na sobreposições de fomas abstratas e orgânicas, que remetem a portais e a elementos vazados, que Priscila Mainieri explora a transparência da cor e luz na aquarela. O efeito da atmosfera rarefeita, revela-se de forma única sobre papeis orientais e ocidentais de tamanhos, espessuras e composições variadas. Abertura 14/02, das 19h às 22h, visitação até 23/03

Ano 2018

08/11 a 15/12

AMARRAÇÕES
JULIO BARRETO
WALDEMAR ZAIDLER

A exposição de um dos pioneiros do graffiti apresenta 35 obras inéditas, entre pinturas, colagens, xilogravuras e monotipias, nas quais se revela o trânsito do artista entre seu estúdio e a rua, tanto nas temáticas quanto nos materiais. Nas colagens sobre tela utliliza lambe-lambes arrancados de postes e tapumes, sobrepondo figuras e tipografias; em lonas de grandes formatos, traz um mundo visto das calçadas. A mostra aproxima o visitante da relação de Julio com as ruas e amplia o significado das figuras que nelas ele imprime.
 
 
Abertura 8 de novembro de 2018, às 19h; visitação de 9 de novembro a 15 de dezembro, de segunda a sexta, das 14h às 19h; sábados da 11h às 17h.

20/09 a 29/09

PAPÉIS À MOSTRA
Angeli Arregui, Elisabeth Pral, Martha Tanizaki e Paulette Gerecht
textos e curadoria Selma Daffre

Os trabalhos aqui apresentados de Angeli Arregui, Elisabeth Pral, Martha Tanizaki e Paulette Gerecht, que têm em comum a qualidade, refletem um pouco do olhar de cada artista para o mundo e como elas percorreram diferentes caminhos manifestando seus modos de proceder na criação. É possível perceber como esses caminhos vêm se constituindo no sentido de conectar idéias, registrar pensamentos, percorrer trajetos, coletar materiais. Ações que evidenciam marcas das experiências vividas que pouco a pouco se transformam em algo singular. E deste modo possibilitam que essas experiências encontrem o publico e assim possam provocar novas percepções e novos olhares sobre o mundo.
Misturados a essas manifestações podemos encontrar recortes de tempos e espaços, linhas que desenham cartografias de afetos, vínculos com a natureza, com o cotidiano, com a terra e o corpo. Aspectos que de alguma forma são fios que tecem as poéticas dessas artistas que aqui apontam indícios do que possa vir a ser um trabalho futuro, uma nova organização da realidade.
(Selma Daffre) 
 
Angeli Arregui
Como percurso de afetos, essa artista constrói sua própria coleção de memórias e nos oferece novos olhares sobre a cidade, deixando–nos perceber o essencial - suas fachadas e alguns dos seus ruídos vez ou outra habitada.
Toda a poética desses lugares de memória baseia-se numa recomposição da paisagem escolhida, concreta ou imaginária, mas nítida e intensamente presente nos sentidos.
Da mesma forma que o olhar e o vivenciar a cidade se sobrepõe, nas técnicas também. Algumas vezes caminha do processo fotográfico colhido ao gesto na pintura, interferências essas feitas sobre o trabalho com suas tintas e domínio especial da aquarela.
Nesses novos trajetos a cidade é confrontada com suas transformações na tentativa de aprofundar o entendimento do mundo, com seus elementos, suas situações.
 
Elisabeth Pral
O signo gráfico é marca pessoal dessa artista, que dilui e entrelaça a outros signos e símbolos encontrados nos seus próprios arquivos de imagens, sempre em deslocamento e sujeito a transformações. Nele plasma suas formas flutuantes entre campos de cor. Espaço gerado e gerador de significados.
A sua gravura e a monotipia funcionam carregadas de informações, padrões, texturas e signos que a estimulam a criar sobreposições levando-a a novas combinações. Um processo de criar uma imagem em que repertórios são postos em diálogo nessa superfície.
Assim a artista nos traz à reflexão, a satisfação estética ao lado da seriedade com que apresenta seus trabalhos. Constata a complexidade da criação como ato comunicativo e como uma das condições essenciais da vida humana
 
Martha Tanizaki
A artista explora em seus trabalhos a articulação da técnica e da emoção, o que lhe permite aproximar o interior e o exterior, valendo-se de um olhar atento e perceptivo.
Ao longo do tempo vem desenvolvendo o diálogo entre os materiais utilizados nas obras seja na aquarela, na monotipia, na têmpera de caseína e no pastel com variações de cores e de texturas marcadas pela experimentação e pelo desejo de conhecimento.
Como diários de viagem, os temas se referem a situações vivenciadas na natureza especialmente o elemento água e o corpo humano, como parte de uma simbologia ampla, a narrativa poética.
 
Paulette Gerecht
Em suas inspiradoras pinturas podemos ver um deslumbrante movimento em que cores, planos de espaços e matéria alquímica se unem e como numa explosão transformam as imagens em atos nos quais as coordenadas espaciais se rompem, se abrem a nós e acabam por se abrir em nós, para nos abrir e com isso nos incorporar.
Seus denominados Instantes eternos, não pretendem reproduzir objetos ou cenas, mas deslocá-los, rasurá-los ou até mesmo deformá-los, inserindo-os numa realidade própria e integrando-os a uma dimensão poética de olhar o mundo.
A obra passa a ser entendida como mais uma instância de um extenso percurso criador, em constante processo de transmutação, articulando assim as tensões da experiência entre visibilidades e invisibilidades, entre o espaço e o tempo, entre a sombra e a luminosidade.

23/05 A 14/09

DIVERTIMENTOS
JULIO MINERVINO
textos WALDEMAR ZAIDLER

 Sobre mourões, forquilhas e hidrantes
 
Da série iniciada em fevereiro de 2017 foram selecionadas 24 pinturas para compor a exposição Divertimentos. Nelas, de modo aparentemente aleatório, Julio Minervino mistura imagens que há tempos o acompanham com figuras colhidas em suas atuais deambulações – graffiti, personagens de HQ, signos gráficos –, tudo de acordo com sua particular visão crítica, tudo arranjado em composições rigorosas e primorosamente executadas.
 
Em música, o termo divertimento vincula-se à intervalo; pode designar composições musicais ligeiras ou coreografias apresentadas nos entreatos das óperas, ou peças camerísticas que, encadeando sequências de danças, entretinham cortesãos.
 
Assim como na música, Divertimentos propõe ao visitante um intervalo recheado de estímulos visuais potentes o suficiente para conectar um antes a um depois, modificando a ambos. Esse conjunto de pinturas parece solicitar o congelamento do relógio e, em outra instância do tempo, oferecer um recreio no qual a diversão é fantasiar sobre possíveis significados de tão enigmática e densa miscelânea de signos.
 
Julio Minervino costuma trabalhar em séries, fazendo de cada uma delas um laboratório de linguagem: persistente, entrega-se durante períodos – no mínimo muitos meses – à investigação temática em um determinado gênero de pintura; experimenta variações estilísticas, procedimentos técnicos, suportes, produzindo freneticamente em uma mesma direção, até que seja assaltado por outro movimento. Nas séries imediatamente precedentes[1] a Divertimentos – também apresentadas no Ateliê Galeria Priscila Mainieri – identifica-se com clareza esse modo de operar.
 
Em cada série Minervino introduz uma nova incógnita na problematização da pintura, fio condutor do conjunto. Na atual é o tamanho das telas: o grande formato (em torno de 230x170 cm) requisitou referências de naturezas diferentes das tomadas anteriormente – campesinas, rurais, rústicas –, e a cidade foi agora escolhida como fonte. Porém, independentemente do tamanho, da temática ou do gênero, são facilmente identificáveis alguns signos recorrentes; Minervino os insere em atmosferas diáfanas – competentíssimas velaturas – nas quais, adivinha-se,  flutuam suas memórias.
 
Dois desses signos são muito evidentes. Um deles figura estruturas de sustentação que se interpõem entre objetos funcionais e o solo: pés de mesa ou de banco, suportes de caixas d’água ou de tulhas, pedestais de vasos; Julio sempre os desenha em traços decididos e sintéticos, beirando o esquemático. O outro signo poder-se-ia descrever genericamente como variações de um cilindro de boa grossura fincado no chão, de altura variável e com ramificações também cilíndricas na parte superior: mourões de cerca de arame farpado, cactos, troncos de árvores com tocos de galhos amputados, forquilhas. Prato cheio para abordagens psicanalíticas ou iconográficas, mas aqui interessa sugerir que se observe, em um trabalho essencialmente figurativo, a participação dessas imagens na sintaxe das pinturas, na provocação de interesse visual, na composição dos discursos, na poética de Minervino.
 
Esses recorrentes signos bifuracados, presume-se, agenciam a transferência de uma certa ambiência criativa para a tela: no momento em que os insere na composição – e parece ser difícil para ele resistir a isso –, Minervino retempera a fabulação que acompanha e orienta o ato de pintar, ato que retroage simultaneamente sobre a fábula, redefinido-a. Esse dialogismo, quando percebido, induz no vedor a intuição de um envoltório mnemônico que confere às pinturas caráter onírico: daí a ligação entre esses signos e memória, e daí também a inequívoca lembrança que essas variegadas e copiosas composições trazem do célebre “encontro casual entre uma máquina de costura e um guarda-chuva numa mesa de dissecção”.
 
Nessa copiosidade mesclam-se também planos contrastantes e fragmentados – panejamentos, áreas de cor, paisagens, interiores, jardins – constituindo os contextos onde amalgamam-se figuras, objetos, personagens ora em contornos fatasmagóricos, ora graficamente, ora pictoricamente, ou ainda à maneira que Minervino chama “a la prima”; e a tudo e entre tudo é garantido contraste, sempre sob rigoroso controle técnico.
 
Pois é a potência dessa fartura contrastante a responsável pelo engendramento dos entes que povoam o pátio do recreio em Divertimentos. Entes que se articulam parataxicamente no espaço da tela seguindo a orientação do próprio fazer, ao sabor do ato da pintura e de uma narrativa cuja concomitante invenção exige do artista a incessante consulta de seu vastíssimo repertório imagético, amealhado desde sempre em diligências pelas ruas, registrado fotograficamente e em cadernos de desenho.
 
E assim vão surgindo as pinturas: Minervino vai contando a si próprio a história cujo enredo tece a partir das ocorrências do dia-a-dia – vale tudo, desde conspirações palacianas até intrigas de botequim–, que evocam reminiscências, figuras que, uma vez pintadas, alteram o rumo inicial da história. Mas ainda que, nesses casos, ele próprio declare não haver projeto predefinido para cada pintura, não seria descabida a hipótese de que, em razão do procedimento mental cíclico e da produção seriada, cada obra fosse o devir das anteriores.
 
Mais uma vez, as pistas que suscitam essa hipótese estão nas figuras bifurcadas, em Divertimentos vistas em profusão: a forquilha se transmuta em papagaio bicéfalo, a caneca se assemelha a um cacto ao ganhar em lugar da asa uma orelha, mais um nariz a ela oposto simetricamente; a dentadura que se abre em v, o olho que salta da cabeça, o olho-seio que escorre de uma orelha, o coração com suas artérias ramificadas, as miras que brotam em canos de armas de fogo.
 
O idílico mourão de cerca com seu galho cotó, voo no passado campestre, projeta-se violentamente do fundo para o primeiro plano da cena travestido de sarcástico hidrante cujo bocal foi remendado a silver tape, tropeço no presente urbano: ora, isso evidentemente só pode significar… bem, inventar esse significado é o jogo proposto para esse recreio.
 
Divertido, não?
 
 
 
Waldemar Zaidler
 
Abril 2018
 
 
[1] Mata adentro, montanhas ao longe (acrílica sobre tela, 2017); Num véu de água se inscreve a paisagem (naquim sobre papel, 2016); Ovos (entalhes em madeira, 2015).

05/04 A 20/04

PINTURAS AO QUADRADO
ARNALDO PAOLIELLO
textos WALDEMAR ZAIDLER

 A série de 16 telas traz a público, pela primeira vez, resultados de uma pequisa formal e conceitual iniciada pelo artista em 2006 e que vem se desenvolvendo em paralelo a paisagens e cenas urbanas sistematicamente aquareladas por mais de quatro décadas. Em busca de uma representação mais afeita ao simbólico do que à mimese, Paoliello invariavelmente inaugura as superfícies de seus quadros com grids quadrados, bases racionais estruturantes que o deixam à vontade para devanear em gestos largos, como se almejasse que tela e tinta, em sua concretude, corporificasse na dimensão da arte os objetos que lhe servem de ponto de partida: outdoors degradados. 
 
 
As pinturas ao quadrado de arnaldo paoliello
 
São, ao primeiro olhar, abstratas. Mas talvez nem tanto, ou não só, se contextualizadas no peculiar percurso de quatro décadas desse artista arquiteto paulistano.
 
Em 2006 Paoliello começou a fotografar outdoors – grandes painéis sustentados por toscas estruturas, suportes para propagandas –, naquela época remanescentes nas grandes cidades e ao longo de rodovias. 
Em São Paulo, já havia algum tempo, anunciavam-se obsoletos, condenados ao desaparecimento por força de lei.
 
Abandonados, rapidamente os outdoors entraram em degradação, revelando camadas de imagens e signos desconexos. Tais sinais, sucessivamente decalcados pelos impressos superpostos, somados a crostas encruadas, surgiam como arquipélagos pontuando as nuas chapas galvanizadas, cuja justaposição sugeria meridianos e paralelos desenhados cartograficamente.
 
Nessas superfícies trabalhadas pelo descaso do tempo Paoliello entreviu possibilidades que nele despertaram vivo interesse; as fotografias tornaram-se objeto de ensaios visuais, inicialmente exercícios feitos em computador que, depois de um breve período, migraram para as telas.
 
Por esses tempos – talvez com o propósito de liberar espaço mental para as insondáveis deambulações investigativas que seus olhares absortos de quando em quando denunciam–, Arnaldo preservava em seu cotidiano uma notável regularidade de atividades: às terças, aquarela; às quartas acrílica sobre papel, e acrílica sobre tela às quintas e sextas; tudo a seu tempo.
 
Esse ritmado cronograma parece ter sido transportado para a visualidade como preceptiva pictórica: desde então, encantado pelas enxadrezadas entranhas dos outdoors, sistematizou o procedimento de inaugurar as superfícies de suas telas com rígidas grades retangulares, bases racionais que, catárticas, cumpririam, segundo ele próprio, a função de deixá-lo à vontade para devanear em gestos largos e urdir as síncopes propostas pelo acaso, incorporando assim o próprio ato de pintar em sua poética.
 
Tal congruência entre ser e fazer favoreceu, evidentemente, a construção da personalidade das pinturas realizadas desde então, dentre as quais foram selecionadas as que ora nos são apresentadas: conquanto declaradamente referenciadas no expressionismo abstrato americano, lograram singularidade.
 
Mas não seria adequado, entretanto, atribuir apenas ao fascínio pelos outdoors as quadrículas estruturantes com as quais Paoliello inicia suas pinturas, pois elas já eram utilizadas, absconsas, antes disso. Aliás, a própria inclusão dos outdoors no repertório de Paoliello deve ser contextualizada no âmbito de suas outras atividades artísticas: produção de paisagens rurais e marítimas em aquarela e de cenas urbanas em acrílica sobre papel; desenhos; arquitetura. Foi na combinação desses precedentes que se cultivou a sofisticação do olhar estetizante que potencializou o outdoor enquanto modelo – elemento recortado da paisagem –, indicando ao artista uma variante para o caminho que sua pintura sobre tela vinha seguindo até então.
 
Arnaldo diz que esse desvio manifesta-se sobretudo no abandono da figuração, no sumiço de vasos, tesouras, garrafas, frutas, mãos espalmadas que povoavam seus quadriculados, tencionando-os. Com efeito, cumprem agora essa função matérias fundidas à tela, trapos e trecos desvinculados de suas aparências em meio a espessura de camadas sobrepostas; grafismos impressos com carimbos improvisados a partir de revestimentos de pisos ou plástico bolha, sempre delimitando áreas que tendem à retangularidade; esparsos algarismos e letras desempenham também o papel das figuras suprimidas.
 
Mas mesmo tendo sido o figurativo posto de lado, não seria razoável limitar essa vertente do trabalho de Paoliello ao abstracionismo geométrico, expressionismo abstrato ou qualquer outro rótulo. Sua pintura ainda guarda vínculos diretos com seus modelos – os desaparecidos outdoors outrora fotografados –, tanto na visualidade quanto no processo de confecção; Paoliello recria-os como se tela e tinta, em sua concretude, corporificassem-nos na dimensão da arte. Ainda que sem figura alguma, as obras de Pintura ao Quadrado podem ser vistas como representação poética da realidade, iconograficamente enigmáticas, alegorias do efêmero.
 
Waldemar Zaidler 
Março, 2018.
 
 
 
ARNALDO PAOLIELLO
 
FORMAÇÃO
• Arquitetura e Urbanismo faculdade de Belas Artes de São Paulo ( 1980/1986 )
 
CRONOLOGIA 
• 1977 – Curso e desenho ateliê Carlos Fajardo
 
• 1980 – Curso de técnicas de pintura ateliê Rubens Matuck e Feres Koury
 
• 1986 – XIII Salão de arte jovem de Santos
 
• 1991 – XIX Salão de arte contemporânea de Santo André
 
• 1997 – III Salão nacional de Belas Artes de Campinas ( medalha de prata )
 
• 1999 – Exposição individual show room Giroflex
 
• 1999 – Salão vinhedence de arte contemporânea
 
• 2001 – XIII Salão de artes plásticas de praia grande
 
• 2009 – Exposição individual Etoile Hotels
 

  

01/03 A 24/03

DO PROCESSO AO PROJETO
COLETIVA DE ARTISTAS - DESENVOLVIMENTO DE PROJETO
coordenação e curadoria ROSELY NACAGAWA; colaboração Flavio Franzosi e Claudia Ferreira

 
 
 Os encontros de análise de processos criativos e desenvolvimento de projetos no Ateliê Galeria Priscilla Mainieri foram organizados como experiência de vivencia artística, onde se buscou, nos diferentes processos apresentados, a diluição de fronteiras entre os diversos dispositivos artísticos.
 
 
 
A intersecção e a reflexão na construção da imagem presentes em cada trabalho foram discutidas num ambiente de ateliê, ou seja, ao longo da realização de uma obra ou sobre um trabalho em andamento.
A partir das propostas dos interessados, e através da interseção entre os processos individuais, foram desenvolvidas diversas discussões que procuraram ampliar o repertório visual e crítico.  
Discutindo pintura acrílica, aquarela, desenho, fotografia, pudemos avaliar os processos pessoais, criando condições de ver os trabalhos com mais distanciamento. Esta distância relativa do que foi produzido resultou nesta exposição.
Para a Beá, o processo de edição resultou como um recorte das experiências múltiplas dentro da profusão de técnicas e cores que ela experimenta.
Nas fotografias do Edson, a síntese de seu olhar surgiu quando ensaios produzidos anteriormente com a fotografia analógica herdada dos pais , se confrontaram com  imagens digitais recentes, mostrando um pensamento construtivo semelhante. 
Para o Flavio, a constatação de uma nova dimensão da geometria, resultou da sobreposição de planos geométricos que insinuavam uma tridimensionalidade mesmo em planos simples de papel dobrado.
Na pintura da Liliam, a conclusão de um trabalho formado de varias camadas, nasceu da conscientização da leitura plástica destas camadas, vistas como texturas e transparências  e não como sobreposições ou velaturas.
Para a Priscilla, pelo contrario, as sobreposições de camadas não são concebidas como velaturas; elas surgem para revelar planos e superfícies, trazendo volumes , luzes e transparências a partir do branco do papel.
Superfícies que nas imagens do Tiago, fundem corpos em relações intimas de interação em transparências e reflexos, em movimentos intensos de ritmos pulsantes.
Expor é colocar o trabalho um passo à frente, projetando-o para o futuro, mesmo com o trabalho ainda em andamento.
Diferente do vernissage, que define a ultima camada do trabalho, esta mostra  permite a visão da obra como obras em processo. 
Processo que se tornará projeto com o acréscimo do olhar dos espectadores.
 
 

Ano 2017

11/11 A 09/12

CLAUDIO ROCHA E A SOCIEDADE DO PAPEL
Claudio Rocha
Waldemar Zaidler

 

 

 

30/09 a 04/11

Pintura_Rubens Matuck
Rubens Matuck
Rosely Nacagawa

 
 
Pinturas_Rubens Matuck por Rosely Nakagawa
 
“A caminhada faz perceber a natureza que acontece ao lado do caminhante atento : terra, água, pessoas, pedras, árvores, frutas, nuvens, montanhas, céus, chuva, sementes.
Sementes colhidas que depois de plantadas se transformam em mudas.
Mudas transplantadas que se transformam em árvores.
Árvores de lei, madeiras usadas em móveis antigos que se transformam em painéis ou chassi de telas.
Painéis e telas que nas mãos do Rubens vão ressignificar a terra, a água, pessoas, árvores, frutas, nuvens, montanhas, céus, chuva: sementes.
 
O trabalho artístico de Rubens Matuck não tem a natureza como referência, mas é da sua própria natureza fazer parte dela e compartilha-la em sua obra.
Ele não distingue os dois universos ou considera complemento de sua visão.
Ele é a própria natureza e ela é seu próprio trabalho.
O material, os pigmentos, os suportes, os temas pesquisados, as viagens, tudo faz parte de um universo em equilíbrio orgânico que se fixa em papéis, telas, esculturas, cadernos e livros.”
 
Rosely Nakagawa
 
 
 
Nesta exposição no Ateliê Galeria Prisicila Mainieri, reúne pinturas em painéis e telas produzidos em 2016 e 2017.
Nestes trabalhos, conduz a paisagem e abstrações com elementos de pintura, folha de ouro e bolo armênio em diversos formatos e técnicas.
 
 
 

17/07 a 23/09

Priscila Mainieri_ 2008 a 2017
Priscila Mainieri

 

Priscila Mainieri exibe obras de 2008 a 2017 que retratam a evolução de sua produção e de seu processo criativo. A mostra prepara a proposta do workshop "Edição de portfólio e desenvolvimento de projeto", com Rosely Nakagawa, no 2o semestre de 2017.

30/03 a 06/05

Mata adentro, Montanhas ao longe
Júlio Minervino

 
 
MATA ADENTRO, MONTANHAS AO LONGE
por Feres Lourenço Khoury
 
 
No começar Deus criando
O fogoágua e a terra (...)
 
E Deus disse
Que as águas esfervilhem 
Seres fervilhantes alma-da-vida  
E aves voem sobre a terra
face à face do céufogoágua (...).
 
Bere`shith – A cena de origem
Haroldo de Campos
 
 
 
 
Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.
 
Arthur Schopenhauer
 
 
Perto e longe ou dentro e fora a paisagem desponta nos quadros como eventos das cenas da origem. Aqui afloram pinturas onde se projetam tessituras da memória e da alma.
Antes mesmo de ser o repouso dos sentidos, a paisagem é a obra do espírito, segundo Simon Schama. Desse modo o trajeto mental e a apropriação cultural do conceito de paisagem dispõem nos trabalhos um lugar onde se fala dos olhares e valores de um mundo interior, aquilo que Fernando Pessoa chamaria a paisagem da alma.
 Rochas são montanhas ou montanhas são apenas pedras ampliadas? O mato, o matagal, talvez um bosque ou pedaço de floresta, são também portas de entrada de uma trajetória equivocada para a nossa imaginação?
Júlio nos encerra em armadilhas, pois, ao mesmo tempo em que nos oferece o romântico luar, a tranquilidade da pequena garça, o luzir do céu, lança-nos em dilemas da representação, onde efeitos do mato, da pedra, da montanha, subitamente subvertem a noção verossímil da paisagem idealizada.
De fato, se percorrermos os dois conjuntos: as montanhas e o mato, estaremos expostos num labirinto de “janelas” cujas composições estressam o espaço: haverá contrastes a todo tempo... Não haverá calma, nem mesmo um Locus Amoenus. Haverá uma provocação?
Talvez sim...
As pinturas expressam forças pictóricas, cujo embate busca conquistar uma natureza poética, pois como as vemos, são postas na diferença.
Tudo isso é pintura, é pulsação de gestos, é movimento cromático, é expressão da  vontade exposta em narrações visuais, que exige a deambulação do olhar.
 
(Feres Lourenço Khoury)
 
 
 
 
 
 
MATA ADENTRO, MONTANHAS AO LONGE
por Julio Minervino
 
 
 
Na exposição “Mata adentro, Montanhas ao longe” eu apresento duas séries de pinturas de paisagem realizadas com tinta acrílica sobre tela. Essas duas séries foram construídas simultaneamente a partir de resíduos de memórias de paisagens observadas em tempos passados. São pinturas de exercícios da imaginação nas quais eu trato de duas questões do olhar sobre a paisagem: a imersão e o afastamento.
 
Na série Mato adentro eu faço uma imersão pelos matagais procurando expressar o ritmo entrecruzado das folhagens e galhadas, na sua manifestação formal;  e seus matizes e nuances sob a incidência da luz, na sua manifestação cromática.
 
Na série Montanhas ao longe, procuro enquadrar os picos e tratá-los como objetos monolíticos moldando-os com massas de cores mescladas, criando a sugestão do magma em estado de fusão quando dos primórdios da formação e elevação dos relevos geográficos.
 
Eu resolvi apresentar esses dois conjuntos em uma só exposição pelo antagonismo que se estabelece entre eles nas duas maneiras de abordar a paisagem, ou seja, a aproximação e o afastamento do objeto pintado, o ritmo desordenado e caótico da vegetação em contraposição a austeridade estática da matéria mineral das montanhas, o formal e o informal, o que se apresenta definido e o indefinido, o real e o espiritual, etc.
 
Na minha percepção, adentrar a mata me põe em contato com a realidade objetiva da existência, ao contrário da contemplação das montanhas que me induz a aceder ao plano da espiritualidade, às névoas do imponderável, ao azul do infinito celestial.
 
Em suma, pintar a mata é estar em contato com o real e pintar montanhas é estar em contato com o espiritual.
 
( Julio Minervino)
 
 
 
Sobre Júlio Minervino

Ano 2016

03/12 a 25/03/2017

Exposição Coletiva

O Ateliê Galeria Priscila Mainieri expõe ao público uma seleção de trabalhos de 11 artistas que foram nossos parceiros nas diversas atividades culturais  promovidas ao longo deste ano. A mostra contempla  fotografias, gravuras, pinturas e monotipias  dos artistas André Toral, Carlos Matuck, Claudio Rocha, Cristina Canepa, Julio Barreto, Julio Minervino, Lilian Villanova, Mariza Mainieri, Renata Basile, Rubens Matuck e Sergio de Moraes. Traz também, de seu acervo,  pinturas de 2 artistas alemães: Erwin Legl e Doris Hahlweg.
 
 
De 03/dezembro/2016, às 13h até 25/março/2017
seg/sex das 11h às 19h e sáb das 11h às 17h
Rua Isabel de Castela, 274 V.Madalena SP

www.ateliepriscilamainieri.com.br 

01/09 A 09/10

OBRAS DO ACERVO

A galeria expõe recorte de seu acervo contemporâneo apresentando pinturas, fotografias, gravuras e esculturas de artistas que integram o panorama de arte no brasil e no exterior.
 
Fazem parte da mostra trabalhos de Cristiano Lenhardt, Cristina Canepa,  Danielle Carcav, Jaime Prades, Kiyoko  Kozawa, Kiyomi Kuriki, Mariza Mainieri, Paulo de Tarso,  Renata Egreja e Renata Basile.
 
Abertura dia 01 de setembro das 19:30h às 22:30h
 
 
Visitaçao de 02/09 à 09/10, seg a sex das 11h às 19h, sáb das 11h às 17h.
 
 
Rua Isabel de Castela, 274 V. Madalena SP
www.ateliepriscilamainieri.com.br
 

04/08 a 20/08

UM
Ana de Niemeyer . Ana Roberta Lima . Carolina Mossin . Erika Massae . Lilian Villanova . Marcella Madeira . Renata Broetto . Yasmin Guimarães
Organização: BRUNO DUNLEY

"O espaço que se pretende aqui é o da invenção e se a pintura não é uma mata virgem, tão pouco é um terreno baldio. Não se trata de cultuar uma possível originalidade, invocar ou recusar uma história, mas sim de entender que a pintura, assim como a vida, está aberta para a criação de outros conceitos e visualidades." Bruno Dunley
 
Priscila Mainieri abre o espaço para a exposição "UM" com a participação das artistas Ana de Niemeyer, Ana Roberta Lima, Carolina Mossin, Erika Massae, Lilian Villanova, Marcella Madeira, Renata Staliano Broetto e Yasmin Dias Guimarães. A exposição "UM" apresenta uma seleção de trabalhos resultantes de dois anos de pesquisas e práticas coordenadas pelo artista Bruno Dunley. Abertura 04/08, às 19:00 hs visitação de 05/08 à 20/08.
 
 
Vila Madalena: r. Isabel de Castela, 274, tel. 3031-8727. Seg a sex., 11h/19h;  sáb., 11h/17h. 
http://www.ateliepriscilamainieri.com.br

02/06 a 02/07

Pintura sobre Madeira: um suporte, duas visões
Rubens Matuck
Rosely Nakagawa

PINTURA SOBRE MADEIRA : UM SUPORTE , DUAS VISÕES, exposição de pinturas sobre painel de madeira, onde Alice NM constrói naturezas mortas concretizando objetos, tendo como suporte a madeira e a tinta acrílica e Rubens Matuck parte da própria madeira para criar uma ligação essencial da pintura com a natureza viva.
 
 
 
 
Duas gerações de artistas se encontram no  Ateliê Galeria Priscila Mainieri. Alice, filha de Rubens Matuck, sempre acompanhou o pai em seus trabalhos no ateliê, em casa, em exposições. Em seus passeios e brincadeiras desde a infância, sempre estiveram presentes a observação da natureza, a arte, a imagem.
 
 
 
No parque Trianon, a observação das borboletas era registrada em casa com lápis de cor. Observando os desenhos do pai, “corrigia” o que considerava inadequado, sentada em seu colo. Suas primeiras experiências despertaram seu interesse para as artes desde a infância. Na adolescência já sabia que faria artes plásticas e teria seu próprio ateliê. A relação entre pai e filha sempre foi intensa.
 
Foram juntos à Itália para conhecer o trabalho de Leonardo da Vinci e a arte italiana em 1997. Uma viagem de pesquisa de pintura e historia da arte que seria incluída no trabalho de pintura de Rubens desde então.
O trabalho de Matuck sempre foi pautado pela pesquisa in loco ou em bibliografias que atravessam a rota da seda, chegando ao ocidente pela Itália.
A troca de materiais e livros, mesmo em espaços separados, criou uma afinidade que os aproxima nesta exposição e revela algumas identificações.
A madeira é o suporte comum que denomina suas séries  e os processos opostos enriquecem o resultado.
Alice pesquisa em seu ateliê sem preconceito de técnicas ou temporalidade. O ateliê é um laboratório território aberto, onde tudo é bem vindo e permitido. Nesta mostra, ela apresenta uma série de naturezas mortas, construídas como objetos tridimensionais, tendo como suporte a madeira e a tinta acrílica.
Rubens parte da própria madeira para criar uma ligação essencial da pintura com a natureza viva, reveladas em tonalidades e texturas agregadas ao suporte. Suporte trabalhado e pesquisado desde Fayum, com folha de ouro, bolo armênio, aquarela. O passado pesquisado sem limite ou preconceito.
Sobre os artistas
Alice NM (1982 SP/SP)
Artista plástica formada em 2010 pela Faculdade Santa Marcelina de Artes Visuais, onde foi aluna de Iole di Natale e Mario Fiore. Trabalha desde 1997, dando aulas em ateliê próprio desde 2003. Frequentou o curso de pintura e desenho com Feres Khoury (1999 a 2000) com quem compartilhou a residência artística em 2007  no International Workshop for Visual Artists  em Brande, Dinamarca.
Em 2010 terminou o bacharelado em Artes Plásticas – Faculdade Santa Marcelina.
Tem como experiências anteriores exposições individuais e coletivas onde mostrou pintura desenho e gravura.
Seu trabalho tem a pintura como foco principal, tendo realizado experiências em retrato, abstrações e grafismos orgânicos.
A pratica de ateliê é sua marca, nas obras e nos cursos de desenho e pintura, onde a experimentação e o fazer conduzem o desenvolvimento do trabalho artístico e o desenvolvimento de seus projetos de pintura e gravura.
Principais Mostras
Individuais:
2011 – Exposição “Semanas”- Flores na Varanda , São Paulo, SP, 02 de Dezembro a 19 de Dezembro.
2007 – Exposição “Retratos – Série Fresta” – Mercearia São Roque, São Paulo, SP, 17 a 24 de Setembro.
2004 – “#2”, Biblioteca Alceu Amoroso Lima, São Paulo, SP, 17 de Agosto a 18 de Setembro.
1999 – Centro Cultural KVA.
Coletivas:
2013 - II Coletiva de Arte Sobre Papel e Bazar de Arte, Studio Cultural Cristina Bottallo , 25 de novembro a 20 dezembro. 
2013 - SP Estampa, ateliê Carolina Trimano.
2012 - Alice NM e Felipe Vergara Miqueles_ galeria Ponto Arte SP- 14 de junho a 21 de julho.
2009 – “Coletivo Colecionável” – Rua João Moura n°1175, Sâo Paulo, SP, 13 de Novembro a 23 de Dezembro.
2008 – “Artistas Brasileiros 2008 - Novos Talentos – Pinturas” – Palácio do Congresso Nacional – Salão Negro – Brasília, 12 a 28 de setembr2008 – “Arte Pela Amazônia” – Fundação Bienal de São Paulo – Pavilhão Ciccillo Matarazzo – 3º Pavimento – Parque do Ibirapuera – Portão 3, São Paulo, 05 a 30 de Março.
2007 - International Workshop for Visual Artists Brande, Dinamarca.
2007 – “Sobre Papel” – Galeria Casa Caiada, São Paulo, SP, 01 de Setembro a 15 de Setembro.
2007 – “Retratos – Série Fresta” – Mercearia São Roque, São Paulo, 14 a 24 de Setembro.
2005 – “Erótica” Galeria Choque Cultural, São Paulo, SP, 11 de Junho a 20 de Julho.
2003 – “Xilogravuras – Interpretações”, Museu florestal Octávio Vecchi, são Paulo, SP, 22 de Abril a 09 de Maio.
 
 
 
Rubens Matuck ( 1952 SP/SP )
Arquiteto de formação, artista plástico desde 1970, tem seu trabalho desenvolvido em ateliê desde 1974. Aluno de Sansom Flexor, discípulo de Aldemir Martins, fez gravura com Evandro Jardim, Marcelo e Roberto Grassman.
Seu trabalho parte da vivencia e observação da natureza , do estudo de técnicas milenares dos artistas plásticos da rota da seda, do oriente médio e extremo oriente.
Utiliza com versatilidade diversos suportes para a pintura, tais como tela, papeis, painéis de madeira que também esculpe.
Tem diversos livros publicados, tendo realizado exposições coletivas e individuais em diversos Museus e Galerias no Brasil e Exterior.
Exposições individuais recentes
2009 - Galeria Choque Cultural,  SP “Pinturas“ 05 a 30 de setembro.
2009 - Gallery Maki, em Tóquio (Japão) “ Cadernos de escrita São Paulo Shikoku” , de 11 a 29 de janeiro. 
2009 - Espaço Cultural Citibank, SP  de 07 de junho a 30 maio.
2015 - Sesc Interlagos SP de  05 de Maio a 10 de outubro.
2015 - Galeria Garage SP de 25 de junho a 20 de agosto.
Exposições coletivas
2007 - Cultural Blue Life SP de 20 abril a 30 de agosto. 
2008 – Espaço Cultural Tucarena SP, 10 a 20 de setembro.
2014 - Galeria Garage SP de 25 março a 30 de junho.       
2015 - Chapel Art Show SP de  16 a 21 de outubro.
 

02/04

Num véu de água se inscreve a paisagem
Julio Minervino

O artista plástico Júlio Minervino, lança o seu primeiro livro, “Num véu de água se inscreve a paisagem”, o projeto reúne 50 pinturas feitas em nanquim e comentadas por críticos de arte e artistas plásticos.  Os trabalhos originais estão expostos na galeria até 21/05.
 
"O trabalho do artista plástico Júlio Minervino tem como um de seus elementos fundamentais o amor pela técnica e o seu domínio. Existe um carinho extremo por aquilo que faz e um cuidado imenso para que cada peça seja preservada não no sentido de uma relíquia intocável, mas como um respeitoso documento da sua relação com o mundo."
Oscar D'Ambrosio, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pelo Instituto de Artes da UNESP. Integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA- seção Brasil)
 
Ateliê Galeria Priscila Mainieri | Rua Isabel de Castela, 274 | V.Madalena, SP | fone: (11) 3031-8727 |www.ateliepriscilamainieri.com.br
 

Ano 2021

até 31/07/2021

ESPORTES
Carlos Matuck

Carlos Matuck apresenta uma série de desenhos em nanquim sobre papéis orientais, chineses e japoneses, intitulada "ESPORTES”, produzidos para a realização de três murais para o SESC Santana em 2005, dois para o ginásio de esportes e um para a piscina.

  O conjunto de desenhos, percebido como uma série autônoma, agora estará à disposição do público. Do ponto de vista formal, a composição privilegia o movimento corporal dos esportistas e suas respectivas sombras, conforme o projeto definido pelo artista.  Os desenhos, pela diferença de gramatura dos papéis, pela densidade da polpa ou qualidade da fibra, foram pintados de duas maneiras: os realizados por pinceladas diretas e os produzidos pelo vazamento destas pinceladas sobre outra folha de papel, ou seja por absorção. De superfícies e tamanhos variados, os papéis pintados refletem uma gama de atividades esportivas na visão atemporal e bem humorada do artista. Em 2005 também foram realizados um vídeo e um documentário, que serão exibidos durante a exposição.   

Ano 2015

07/11 a 21/11

CAMINHOS PARALELOS

 

 

 

 

Exposição “Gravura em linóleo: Caminhos Paralelos”

 

Mostra de gravuras produzidas pelos artistas: Benê Dantas, Lica Neaime, Oscar Inneco, Sérgio de Moraes e Vera Rossi.

Abertura: 07 de novembro de 2015. Visitação: de 09 a 21 de novembro de 2015, de seg a sex das 11h às 19h, sáb das 11h ás 17h.

 

 

 

Caminhos paralelos

 

         Sérgio, Vera, Oscar, Lica e Benê são uma espécie de arqueólogos às avessas; não escavam em busca do que foi, mas do que pode vir a ser. E tais devires, reunidos na presente exposição, operam o paradoxal encontro de caminhos que, ditos paralelos, não deveriam se cruzar a não ser no infinito.

         Pois é o que esse grupo de artistas nos oferece: a vivência real da fantasia do infinito futuro; brincadeira própria da arte, que nos trabalhos apresentados é explorada em transparências, camadas, cores, efeitos e nuances que se renovam incessantemente em múltiplos aparentemente idênticos ou se acumulam em impressões singulares, provas únicas.

         Os artistas conhecem bem os trabalhos uns dos outros. Encontram-se há anos no ateliê de Sérgio e juntos pesquisam técnicas, procedimentos, poéticas. Sérgio, em cujas gravuras transparecem experimentos de linguagem que cultiva desde os anos 1970, compartilha com seus colegas gravadores modos de fazer, qualidades visuais contagiantes que transitam pelos trabalhos e, simultaneamente, conferem identidade ao conjunto sem lhes afetar a singularidade. As obras selecionadas para essa exposição evidenciam cumplicidade interativa; é patente que o motor que move esse grupo extrapola o mero entusiasmo comum pela gravura.

         Na linoleogravura as matrizes demandam cuidados e preparações de natureza diferente dos complexos e trabalhosos processos de preparação exigidos por outras técnicas de gravura. A participação das matrizes no resultado final é neutra se comparada, por exemplo, à xilogravura, processo que pode incorporar na estampa os veios da madeira, inclusive enquanto linguagem.

         Longe de ser deficiência, essa neutralidade da matriz confere à técnica particular agilidade na exploração de sulcos, grafismos, chapados, sobreposições; possibilita, por exemplo, evocar as transparências flutuantes da aquarela, ainda que concebidas por procedimentos distintos.

         Tais transparências, em particular, destacam-se como contato entre os trabalhos apresentados. Resultam da generosa disposição que todos no grupo têm para acrescentar mais uma e mais outra impressão sobre as precedentes, sobrepondo camadas que aprisionam entre si o tempo real do processo e o tempo imaginado da contemplação. Os efeitos visuais operados pelas impressões sequenciadas escapam ao rígido controle do artista, e delas sobrevêm coloridos, formas, interseções imprevistas, surpresas bem ao gosto de escavadores. Parafraseando Henry Bergson, poder-se-ia dizer que cada camada "traz em si um imprevisível nada que muda tudo".

         Algumas das "folhagens" de Oscar, por exemplo, se valem desse princípio para oferecer à contemplação, a partir de um mesmo jogo de matrizes, acolhedores nichos de jardins variados. Assim como Oscar, Vera trabalha imagens de folhas, mas também busca no mar frutos para suas composições, e os organiza centralizados na área de impressão, tirando partido do papel que se deixa ver por entre figuras também transparentes e sobrepostas. Benê, mais geométrica e abstrata, trabalha as transparências por contiguidade e por texturizações abertas, pontilhismos gerados por reações da tinta.

         Mas essa insistente superposição de camadas impressas pode também resultar em opacidades, em espessamento da superfície, em texturas que se oferecem pelo olho ao tato. 

         O dragão que peida, de Lica, o faz em meio a cintilantes contrastes entre grafismos simplificados, formas emergentes de intenso negro e massas de cor que revelam sua própria natureza material, mostram-se tintas. Tudo é espesso, denso. As figuras de Lica parecem ilustrar narrativas suscitadas por elas mesmas; são sugestões de fábulas, protocolos poéticos, qualidades que se estendem ao coletivo da mostra, trabalhadas por cada um à sua moda.

         Sérgio, por sua vez, apresenta suas politipias, processo por ele próprio desenvolvido, derivado da linoleogravura e a ela equiparado enquanto técnica artística autônoma.

         Quando no processo de impressão da gravura em linóleo se recorre à prensa, entre esta e o substrato interpõe-se um feltro, cuja principal função é distribuir homogeneamente a pressão. Os substratos mais comuns são papéis diversos, mas podem ser muitos outros, como por exemplo a entretela, através da qual a tinta vaza; por causa desse vazamento, é necessário colocar uma folha de papel impermeável entre ela e o feltro, protegendo-o. Reutilizados ao longo das tiragens, esses papéis de proteção acumulam aleatoriamente vestígios de cores, traços, manchas; Sérgio percebeu neles o potencial de suportes, bases para continuidades.

         Assim, colecionados há anos, esses papéis são resgatados e utilizados em novas impressões; às vezes integram tiragens, como as exibidas nessa mostra; outras vezes retornam para a coleção e lá permanecem à espera de nova convocação. Se há no processo convocatório alguma participação do acaso, seguramente ela é muito menor do que a da intuição, da sistemática observação e da procura de relações visuais e líricas entre os papéis guardados e os projetos em andamento no dia-a-dia do ateliê.

         Nas politipias de Sérgio, as camadas alternadas de resquícios aleatórios e intervenções planejadas produzem ambientes fantasmagóricos, testemunhos de matrizes perdidas, mas não como um palimpsesto, pois nada é apagado. Pelo contrário, o procedimento reforça o potencial de renovação da matriz, discute a idéia do múltiplo, da aura da peça única – que nesse caso não chega a existir enquanto tal, uma vez que potencialmente a peça jamais se conclui.

         Entre essas camadas habitam figuras inusitadas que emergem à medida em que as indentificamos, e se anulam ao dar espaço a novas descobertas. E na soma tudo some, restando ao olhar apenas confortáveis contrastes entre brilhos e opacidades, claros e escuros, linhas e manchas que, aos poucos, se recompõem ciclicamente em novas narrativas: basta encontrá-las.

 

Waldemar Zaidler

outubro 2015

20/10 a 31/10

12 Artistas na Fazenda Catitó

 

 

 

 

Artistas internacionais em duas exposições no Ateliê Galeria Priscila Mainieri

 

Dia 20 de outubro de 2015 a partir das 19h, o Ateliê Galeria Priscila Mainieri em parceria com a Damar e com o Instituto Cultural Capobianco, convida para o lançamento do documentário 

12 ARTISTAS NA FAZENDA CATITÓ , relato da  vivência dos 12 artistas convidados para o Workshop Internacional Damar Catitó durante a residência artística de três semanas em uma antiga e produtiva fazenda de café,  Fazenda Catitó, em Monte Santo de Minas (MG).  Na mesma data, será inaugurada a segunda exposição reunindo uma seleção de trabalhos inéditos ali produzidos.
A curadoria é do artista visual Carlos Matuck, organizador do workshop  que reuniu artistas da Alemanha, Brasil, Dinamarca, Japão e Polônia.

O belo texto escrito por Matuck durante o workshop, reflete a potência do projeto e convida a todos a vir conferir os resultados:
 

FAZENDA CATITÓ 

Quinta-feira, 06 de agosto de 2015

Hello everybody!

Tarefa inglória, essa de escrever! Mas já que temos um blog e, de uma certa maneira, sou o responsável pela presença de tantos artistas por aqui, vamos a isso.

Nosso galpão atelier está lindo demais!

Já era lindo vazio, agora com tantos trabalhos artísticos em andamento está um verdadeiro show de bola!

Chegamos numa segunda à noite, 27 de julho, e desde então estamos aqui. Na terça fomos nos arranjando, escolhendo onde trabalhar, montando mesas e cavaletes, tirando os materiais das caixas, eu prá lá e prá cá tentando deixar tudo arrumado para todos trabalharem.

A partir daí o atelier galpão começou a crescer, o vento enfunou as velas, as cores da mata invadiram os papéis, o cafezal se imiscuiu nas telas e nas cabeças, muitas mãos concentradas em movimento, máquinas fotográficas, vassouras de cana da índia, doces, doces, doces, toneladas de café!

O lema de Tine Hind, direto da Escura Jutlândia, estabeleceu-se: “Relax, take it easy and don’t hesitate!!”

E desatou a pintar e gravar, nossa “Black Forest Fairy”, encantada com os colhedores de café (já gravou dois linóleos com eles, entre o abstrato e o figurativo, com suas peneiras, jogando o café para o alto). Mas fez também uma pintura distópica, admirável mundo novo, a humanidade entre escombros, as cores todas em fusão dentro de nossas cabeças.

Assim, Erwin Legl, azar de quem perder, iniciou a juntar pequenas tábuas e cobri-las de gesso, fortalecido por pedaços de sua juta germanicamente quadriculadinha. Achou pedaços de madeira abandonados pela fazenda e foi combinando-os até terminar quatro excelentes esculturas brancas. Então, sem mais tempo para esculpir, tratou de encher sua mesa de pinturas.

Lá no fundo do galpão, Jon Gislason e Doris Hahlweg escolheram ficar mais perto das árvores ainda que a iluminação por lá, à noite, seja ruim. Jon, como sempre, abusou de sua fantástica espontaneidade para pintar, pintando como se estivesse em outro lugar, como se não houvesse tela alguma à sua frente, como se estivesse fazendo outra coisa: o mais puro engano: a coisa vai se ajeitando, tomando forma, as cores vão achando o lugar que lhes convém, e lá está mais uma surpreendente pintura da escola dinamarquesa (talvez islandesa, talvez apenas jônica).

Doris começou pintando lixas d’água 600, bem fininhas, de um cinza intenso. Pintou dias a fio lixas e telas.

Ontem, em uma única sessão, fez uma pintura incrível só com manchas de cor conversando como o som dos pássaros nas árvores. E declarou, em seu português da Bavária: “ëstá um poco difícill de sôltarr, mas agorra parece mellhorr””.

As japonesas, ou japoas, como diziam os primeiros portugueses que conseguiram entrar na ilha encantada, como sempre deram um show à parte: primeiro, as três de maria chiquinha e maquiadas de caipira na festa junina que tivemos no sábado na antiga estação Catitó, dançando a quadrilha (até eu dancei a quadrilha…) e distribuindo sorrisos. Kiyoko Kozawa, a de sempre, sem comentários, todos que a conhecemos não conseguimos mais imaginar um mundo sem ela, astral total, sempre feliz, os olhinhos telescópicos em varredura permanente: nada escapa à nossa fantástica Kiyokito. Enquanto espalha bom humor inacreditável, pinta como só ela, atrás daquilo que é impalpável, às vezes invisível, as sombras das árvores nas casas, o vento e as sombras se enrolando nas folhagens.

Kiyomi Kuriki, depois de alguns dias muito preocupada com a exposição de abertura do workshop, aqui foi relaxando aos poucos e se concentrando em suas cósmicas pinturas siderais. Não se sabe o que é mais surpreendente: a sua pintura ou vê-la pintar, em pé ou sentada, como uma bailarina, elegantíssima em suas poses inspiratórias, concentratórias, respiratórias. As pinturas de Kiyomi, em épocas passadas do Oriente, seriam divinatórias, utilizadas para especular sobre a próxima colheita ou a intensidade da queda das folhas durante o outono.

Completando o trio, Yumi Takatsuka, pinta e desenha ou desenha e pinta? sentada sobre os joelhos, em japíssima posição, parece uma anatomista dissecando as imagens de seus animais e de suas carnes e ossos, criando surpreendentes desenhos pintados ou pinturas desenhadas cheias de força e movimento.

As três juntas nos proporcionam outro espetáculo involuntário: as conversas em japonês das três: cheias de “êêêêêêhhhhhhh”, “ôôôôôôôoooooooo”, tão típicas interjeições, para nós muito engraçadas.

No meio do galpão, temos a sessão digital, com Patrícia de Filippi e Justyna Machnicka, as duas enfiadas em seus computadores, manipulando as imagens de tudo ao seu redor.

Patrícia levanta cedo para aproveitar a luz da manhã e depois, no final do dia, a luz de fim de tarde, sempre rasante, o deleite dos fotógrafos em busca de minúsculos grãos de luz nas superfícies de seres, coisas e espaços.

A fazenda oferece um mundo de luzes cambiantes, o café no terreiro, as árvores magníficas, as máquinas, às vezes uma gramínea perdida e aparentemente insignificante, que diante daquela luz rasante, pela câmera se transforma, envolta pelos grãos de luz que brotam, brilham como as estrelas no céu, em alguma coisa de majestoso, um manto sagrado, uma pintura perdida.

Justyna, uma garça um tanto desengonçada de pernas longuíssimas, nariz polonês espetado e muito charme, faz caretas de concentração diante do computador, onde manipula fotos, todas feitas em São Paulo ou aqui na fazenda, acrescentando intervenções pictóricas ou gráficas, também realizadas por ela com ecoline ou aquarela, tudo resultando num trabalho delicado, poético, moderníssimo.

Por fim, e agora com vocês, nosso fundão e seus bad boys: Júlio Barreto, Marcos Maffei e Arismar do Espírito Santo.

Júlio desandou a pintar com a calma que lhe é peculiar, às vezes atropelando uma pintura com sucessivas intervenções, colecionando experiências diversas vividas intensamente. Pintou tudo o que viu e não viu. E também fez excelentes caricaturas de todos os outros artistas trabalhando: hilárias, divertidas e perspicazes.  

Maffei, vagando alheio e quieto em meio à fumaça de seus cigarros, às vezes completamente desaparecido, escreve, escreve e escreve, sentado ouvindo músicas magnifícas (e eu perguntando: onde você achou isso?).

Seu conto mistura a nossa experiência como personagens reais aqui nesta fazenda distante com personagens e situações inventadas, um bocado de reportagem, um monte de ficção.

Arismar, santista incansável (eu lhe digo: Arismar do Espírito Santôôôss!!!), perambula com seu cavaquinho ou violão, estirando melodias pelo ambiente, criando enredos harmônicos para movimentos pictóricos, tocando para um e para outro, na verdade com um e com outro. Já pintamos um retrato dele, eu e Júlio juntos, tocando a pintura enquanto ele pincelava ritmos em uma caixa. Está compondo com o ambiente, com os trabalhadores rurais, com os ruídos das máquinas. Faz filmes estranhos com uma pequena câmera dessas pequenininhas  caminhando e cantando pelo atelier.

Assim, uma boa seleção dos trabalhos produzidos nessa estadia estarão em exposição no Ateliê Galeria Priscila Mainieri.

Apareçam!

Ufa!

Carlos Matuck

 


 

12 ARTISTAS NA FAZENDA CATITÓ

Lançamento do documentário e abertura de exposição: 20 de outubro de 2015, às 19h

Visitação: de 21 a 30 de outubro de 2015, de seg a sex das 11h às 19h, sáb das 11h ás 17h.

Ateliê Galeria Priscila Mainieri, Rua Isabel de Castela, 274 V.Madalena, tel 3031-8727 www.ateliepriscilamainieri.com.br

 

Mais informações: página Damar Workshop, no Facebook; no blog damarcatito.tumblr.com; no Instagram @damarcatitoe no endereço eletrônico  http://issuu.com/damarworkshop/docs



 

 

 

12 artistas na fazenda Catitó

Mostra de obras produzidas no Damar Catitó Workshop Internacional

Kiyomi Kuriki, Kiyoko Kozawa e Yumi Takatsuta (Japão), Doris Hahlweg e Erwin Legl (Alemanha), Tine Hinde e Jon Gislason (Dinamarca), Justyna Machnicka (Polônia), Patrícia de Filippi, Júlio Barreto, Arismar do Espírito Santo e Marcos Maffei (Brasil)

 

Essa coletiva, juntamente com a exposição The Moonligth & The end of the wind, inaugura a inserção efetiva do Ateliê Galeria Priscila Mainieri em um circuito internacional formado por profissionais da arte que se reúnem por afinidades nos modos de fazer e pensar, ainda que a diversidade e o inevitável debate ensejado por suas obras individuais sejam características marcantes do grupo, cujos integrantes atuam em universidades, instituições culturais e galerias de arte em diversos países da Europa, Ásia e Américas.

A exposição 12 Artistas na Fazenda Catitó apresenta obras resultantes da aproximação brasileira desse circuito internacional, no qual os próprios artistas vêm experimentando notáveis modos de produção artística de qualidade; alternativas saudáveis a editais oficiais e outras formas contemporâneas de incentivo à arte.

O Ateliê Galeria Priscila Mainieri e o Instituto Cultural Capobianco apoiam a iniciativa; são parceiros da Damar na realização do workshop e na apresentação dos resultados ao público.

  

Kiyoko Kozawa

1970, Aichi, Japão

A artista japonesa formou-se na Universidade de Artes de Nagoya e, em 1997, no Cité Internationale Des Arts (França).  Mora e trabalha em Nagoya; desde o início dos anos 2000 participa de eventos internacionais promovidos por artistas em outras cidades do Japão e na Dinamarca, Polônia, Alemanha, Brasil, localidades nas quais ela produz e expõe seus trabalhos.

 

Kiyomi Kuriki

1966, Hiroshima, Japão

Kiyomi graduou-se em 1991 pela Aichi Prefectural Art University; desde então realiza periodicamente exposições individuais no Japão, simultaneamente a coletivas, bienais e residências artísticas na China, França, Alemanha, Dinamarca; conquistou várias premiações internacionais.

 

Yumi Takatsuta

1979, Brasil

Atualmente, mora e trabalha no Brasil. Criada no Japão, pós-graduada em 2004 pela Faculdade de Arte Kyoto Saga, realizou exposições individuais em Tokyo e Osaka; a partir de 2006 expõe regularmente em São Paulo.

  

Doris Hahlweg

1957, São Paulo, Brasil

Criada na Alemanha, vive e trabalha em Munique, onde estudou pintura na Academy of Fine Arts, Munich entre 1978 e 1986, tornando-se desde então artista independente. Realizou, entre 1992 e 2011, dezessete exposições individuais em cidades alemãs como Ulm, Dachau, München, Freiburg, Darmstadt, Landshut etc., participando no mesmo período de mais de mais de 40 exposições coletivas. Seus trabalhos integram as coleções Bayerische Staatsgemäldesammlungen, Landeshauptstadt München, McKinsey & Company Hausbank, München, Artothek, München.

 

Erwin Legl

1954, Ingolstadt, Alemanha

Pintor e escultor, vive e trabalha em Hildesheim, onde desde 2000 é professor associado da Hildesheim University of Applied Sciences and Arts. Antes disso, estudou escultura em madeira na escola vocacional de Berchtesgaden, e formou-se pela Academy of Arts Munich. Realizou mais de uma dezena de individuais em diversas cidades alemãs, e tem participado de coletivas em galerias e universidades da Alemanha, Dinamarca e Japão. Participou da primeira edição do Damar Workshop Internacional.

  

Tine Hinde

1953, Askov, Dinamarca

Vive e trabalha em Aarhus. Iniciou seus estudos em arte em Amsterdam, Holanda, em 1973, na Rijks Academy; durante dois anos cursou a Academia de Arte de  Aarhus, Dinamarca, e artes gráficas em Poznan, Polônia, em 1977. Atua como artista, designer gráfica e ilustradora. Entre 1993 e 2013 realizou 28 exposições individuais e fez viagens de estudos a 25 cidades em 15 diferentes países.

  

 

Jon Gislason

1955, Dinamarca

Graduado pela Royal Academy of Art em Aarhus em 1977, onde foi professor por mais de 10 anos. Afinado com os pintores grupo Kobra e neo-expressionistas alemães, circula entre a Dinamarca, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha, Rússia, Suiça, Japão, EUA e Brasil, com exposições individuais e coletivas. É membro da Artists Society, Kunstnersamfundet. Participou da primeira edição do Damar Workshop Internacional.

 

Justyna Machnicka

1980, Polczyn Zdrój, Polônia

Artista, designer gráfica, professora universitária, formou-se pela The Higher School of Applied Arts, Szczecin (Polônia) e continuou os estudos em Lisboa, na Academia de Belas Artes; é Ph.D. pela University of Arts em Poznan (Polônia). Participa regularmente de workshops em seu país, na Tchecoslováquia e na Alemanha. Bastante premiada, atua em associações do meio artístico e cultural, e apresenta seus trabalhos em inúmeras exposições individuais e coletivas, dentro e fora da Polônia.

 

Patrícia de Filippi

1959, São Paulo, Brasil

Mora e trabalha em São Paulo. Graduou-se pela FAU-USP, especializou-se em conservação fotográfica no Arquivo Público da Cidade de Nova York (1991) e na L. Jeffrey Selznick School of Film Preservation, Rochester, NY, EUA (2000/2001). Pesquisadora da fotografia no século XIX, desenvolve trabalhos em fotogravura, projeto iniciado em 1996 com o incentivo do Prêmio Estímulo de Fotografia da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, do qual foi vencedora. Entre 1998 e 2013 dirigiu o Laboratório de Imagem e Som da Cinemateca Brasileira.

 

 

Júlio Barreto

1966, São Paulo, Brasil

Mora e trabalha em São Paulo. Autodidata, é pintor, gravador e desenhista. Desenvolveu técnicas próprias para a confecção de estênceis, linguagem que utiliza em suas pinturas sobre tela, e também em espaços públicos interiores e na rua. Em 2013 participou da primeira edição do Damar Workshop Internacional, e em 2014 da residência artística ArsTerra, em Hannover, Alemanha.

  

Arismar do Espírito Santo

1956, Santos, Brasil

Vive e trabalha em São Paulo. Figura de destaque na música instrumental brasileira,  referência em vários instrumentos, atua como compositor, diretor de espetáculos, concertista e palestrante em universidades do Brasil, Uruguai, Argentina, EUA e Dinamarca. Explora a diversidade da música brasileira e concebe projetos originais, como o Criação Musical no Estado do Acre, incentivado prelo Prêmio Funarte de Música Brasileira. Foi também vencedor do Prêmio Sharp de Música e eleito um dos 10 melhores guitarristas brasileiros pela revista Guitar Player.

  

Marcos Maffei

1959, São Paulo, Brasil

Trabalha e mora em Paraty (RJ). Fez música e filosofia na USP, sem concluir nenhum dos dois cursos ou virar músico ou filósofo – embora ainda toque saxofone na Banda Santa Cecília; é professor de Apreciação Musical na Escola Livre de Música da Casa da Cultura de Paraty. Tradutor e escritor, têm publicadas três adaptações de clássicos para crianças (Romeu e Julieta, Rei Artur e Odisséia, Escala) e mais de 50 traduções. Prestou também serviços como leitor para as editoras Companhia das Letras e Moderna, escreveu resenhas para o caderno "Letras" da Folha de São Paulo. Em 2009, com Diferenças nas praças venceu o prêmio Off-Flip de poesia, publicado na Coletânea do Prêmio Off-Flip em 2010. Atualmente, trabalha na Secretaria de Cultura de Paraty.

 

 

 

 

 

25/07 à 08/08

Moonlight & The end of the wind

 

Artistas internacionais em duas exposições no Ateliê Galeria Priscila Mainieri


Moonlight & The end of the wind: exposição de pinturas das japonesas 

Kiyomi Kuriki e Kiyoko Kozawa


Abertura: 25 de julho de 2015, sábado, às 15h, com participação de Arismar do Espírito Santo, com a vivência musical "Enfim, o começo". Visitação até 08 de agosto, de segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados das 11h às 17h.


12 artistas na fazenda Catitó dos artistas Kiyomi Kuriki, Kiyoko Kozawa e Yumi Takatsuta (Japão), Doris Hahlweg e Erwin Legl (Alemanha),Tine Hinde e Jon Gislason (Dinamarca), Justyna Machnicka(Polônia), Patrícia de Filippi e Júlio Barreto (Brasil). 15.08, às 15h, (até 29.08)


As exposições são, respectivamente, abertura e encerramento do Workshop Internacional Damar Catitó, residência artística que reúne, além desses artistas visuais, o músico Arismar do Espírio Santo – que se apresentará na vernissage das duas exposição –, e o escritor Marcos Maffei. Ao longo de três semanas o grupo produzirá no ateliê especialmente montado para recebê-los na Fazenda Catitó (MG) e participará de atividades culturais em São Paulo.



The Moonlight & The end of the wind

O luar & O final do vento

de 25/07 a 08/08

 

Kiyoko Kozawa

1970, Aichi, Japão

 

Em sua segunda temporada no Brasil, Kiyoko expõe trabalhos recentes no Ateliê Galeria Priscila Mainieri, em São Paulo, a partir de 25 de julho, no evento que assinala o início dos trabalhos do Damar Catitó Workshop Internacional.

 

A artista japonesa formou-se na Universidade de Artes de Nagoya e, no Cité International Des Arts (França, 1997).  Mora e trabalha em Nagoya; desde o início dos anos 2000 participa de eventos artísticos internacionais promovidos em outras cidades do Japão e na Dinamarca, na Polônia, na Alemanha, no Brasil, localidades nas quais ela produz e expõe seus trabalhos.

 

Alegre, a simpática Kiyoko circula e flui como o vento que gosta de pintar; emO final do vento, escreve:

 

Até o momento minha obra representa o ar que é afetado pelos contornos de  todas as coisas da natureza.

O contorno das coisas nos apresenta duas dimensões, mas se modifica facilmente quando nos deslocamos diante delas.

Eu sinto o tempo passar quando desenho o ar ao redor.

Nos últimos anos desenhar o ar me traz pequenas mudanças.

Hoje desenho o vento, a luz e as sombras que entram pelas janelas e pelas portas. A corrente de vento que vem de fora.........., é de fato um sopro de ar puro.

Eu tenho desenhado o final do vento, amontoados de folhas que pousaram neste trabalho.

 

Kiyomi Kuriki

1966, Hiroshima, Japão

 

Assim como Kiyoko, Kiyomi busca movimentos; sua pintura evoca elegantes danças de brilhos e fulgores que emergem de um fundo preto, espesso, profundeza atraente. Dribla a monotonia com aplicações irregulares de impastos nas superfícies que percebe transformadas por sua própria ação, pelos seus traços, linhas brancas esfumaçadas nas quais Tadashi Kanai, curador do Toyota City Museum, reconhece crepúsculo e orvalho. Nas ondulações de linhas brancas que Kiyomi comprime na região central da tela, Kanai vê a sensualidade de cordões desamarrados na cintura.

 

Kiyomi graduou-se em 1991 pela Aichi Prefectural Art University; desde então realiza periodicamente exposições individuais no Japão, simultaneamente a coletivas, bienais e residências artísticas na China, França, Alemanha, Dinamarca; vem conquistando diversas premiações internacionais.

 

Para o crítico de arte Kazuo Yamawaki, as pinturas de Kiyomi resgatam uma atmosfera espiritual e mística que boa parte da pintura moderna parece ter perdido; estimulam nossa imaginação e nos transportam para uma zona de reciprocidade entre a realidade e o mundo do espírito, para uma antiga alma egípcia.

 

Luar, luz da lua: não poderia haver imagem melhor para nomear esse trabalho.

 

 

Os movimentos de Kiyomi e Kiyoko se complementam no giro cósmico e no vento que envolve as coisas.


Mais informações

 

Sobre as exposições de abertura e encerramento do workshop, consulte o sitewww.ateliepriscilamainieri.com.br Horários e datas para agendamento de visitas ao ateliê na fazenda, informações detalhadas sobre os artistas e programação de atividades podem ser obtidas na página Damar Workshop, no Facebook; no blog damarcatito.tumblr.com; no Instagram @damarcatitoe no endereço eletrônico  http://issuu.com/damarworkshop/docs


Ateliê Galeria Priscila Mainieri | Rua Isabel de Castela, 274 V. Madalena | (11) 3031-8727 | www.ateliepriscilamainieri.com.br | 

 

 

 

 

22/05/2015 A 27/06/2015

DESDOBRAMENTOS
Marinês Busetti | Renata Basile

Catálogo da exposição:       http://issuu.com/471921/docs/desdobramentos_issuu-2

Processos e investigações plásticas bem sucedidas a partir de gravuras em metal e xilogravura

A exposição Desdobramentos apresenta gravuras em metal de Renata Basile da Silva e xilo- gravuras de Marinês Busetti. Ambas exploram técnica e tematicamente a reprodutibilidade da imagem; pela multiplicação de linhas e módulos engendram tramas e formas singulares, propondo um jogo sensual que envolve matriz, estampa e observador; pela intervenção sobre as impressões dão voz própria às gravuras, potencializando-as com narrativas independentes de suas matrizes.

 

PROGRAMAÇÃO
Conversa com as artistas: dia 23 de maio, sábado, das 14h às 17h, as artistas receberão

interessados para conversar sobre seus trabalhos e projetos

Oficina de xilogravura: com Marinês Busetti, 30 de maio, da 10h às 18h (recesso para almoço das 12h30 às 14h). Valor: R$ 210,00

Oficina de carimbos: com Renata Basile, 13 de junho, das 14h às 18h. Valor: R$ 150,00

Palestra: O que é gravura moderna?, com Denis Molino. 17 de junho, quarta-feira, às 19h30 Inscrições: pelo e-mail contato@ateliepriscilamainieri.com.br ou pelo telefone (11) 3031.8727 

   

26/03/2015 à 09/05/2015

DIÁLOGOS
A.Toral | J.Barreto | J.Minervino | C.Matuck | C.Rocha

 

Diálogos apresenta diferentes abordagens do grafismo em artes visuais. Convida à reflexão sobre o significado do termo artes gráficas, historicamente associado à ideia de reprodução, e mais recentemente restrito pelo senso comum a processos industriais. Os trabalhos reunidos chamam a atenção, cada um a sua moda, para a exploração de aspectos da linguagem gráfica, operação que estabelece animada conversa entre obras cujas técnicas e estilos, à primeira vista, não ensejariam convite para o mesmo banquete. Entretanto, uma vez juntas, não param de tagarelar!

 

(W.Zaidler)

Texto: http://www.ateliepriscilamainieri.com.br/conteudo.asp?IDMenu=22

      

Ano 2014

13/11/2014 à 06/12/2014

OUTRAS COISAS
André Toral

Catálogo da exposição pelo link    http://issuu.com/471921/docs/catalogo_outrascoisas

 

Toral preza a linha e a história; sensível, sabe fundi-las de sorte a engendrar ficções desenhadas que promovem a “passagem do não-ser ao ser”. Faz suas experiências em diferentes laboratórios, com ingredientes variados; às vezes, destila o que já era mas não se via, em outras, opera a transformação do já visto – mas ainda não nomeado – primeiro em sensação, depois em significado; convida à fruição.

Essa capacidade se revela, ou melhor, se confirma nos trabalhos aqui reunidos. As duas séries de gravuras em metal – A história da Arte e A juventude de Van Gogh – e a série de desenhos coloridos em pastel seco sobre papel – intitulada 1932, hoje –, formam um conjunto de três narrativas entrelaçadas por uma poética coesa, ainda que concebidas em momentos distintos e em resposta a diferentes demandas.

Em A história da arte Toral contrapõe figuras pinçadas do imaginário de manifestações regidas pela lógica da in- dústria cultural e aforismos de filósofos, historiadores, artistas. Delimita um espaço-entre comum às palavras e às figuras, terreno semântico no qual constrói reflexões acerca de contradições entre a arte dita erudita – evocada pelas frases de efeito –, e o kitsch sugerido pelas imagens.

Em toda a exposição, a insubordinação entre palavras e imagens gera tensão, conflito entre o impulso habitual de, a partir do texto, procurar na imagem significado ilustrativo e a dificuldade de estabelecer nexos minimamente razoáveis que permitam ler as frases como legendas.

Conduta análoga orienta a série A juventude de Van Gogh.

Motoboys nitidamente paulistanos convivem com o pintor Van Gogh, que se faz presente nas gravuras pela trans- crição de frases de suas famosas cartas; Toral os conecta por uma condição que considera comum a eles: a urgência no cumprimento de suas respectivas missões, cujos objetivos implicam graves riscos para o equilíbrio mental e para a vida. Diante de tamanhas e medonhas dificuldades cotidianas vivenciadas tanto pelo pintor quanto pelos motociclistas, quais seriam as motivações para tal persistência obstinada na realização de seus empreendimentos?

As frases reproduzidas nas gravuras nos apresentam Van Gogh como um homem comum, empenhado contra obstá- culos semelhantes aos dos motoboys, semelhantes aos nossos. Como o próprio Toral anuncia, “o motoboy somos nós”.

O jogo palavra-figura-paisagem nos propõe um estado mental particular; se topamos, somos então levados a flanar pelas alegorias que Toral sintetiza com seu excelente desenho a partir de estudos sistematizados de momentos his- tóricos de seu interesse.

Da Revolução Constitucionalista de 1932 emergem figuras, símbolos, representações, slogans que na série 1932, hoje habitam cenários nos quais motoboys convivem com aspectos selecionados de uma visualidade expressa na concretude de São Paulo.

Símbolos da guerra são de tal modo inscritos na paisagem atual, nossa conhecida, que por vezes somos induzidos a tomá-los por monumentos ou edifícios futuristas, deixando-nos intrigados com o fato de ainda ontem termos por ali passado sem neles reparar.

Assim, figuras e emblemas da Revolução de 1932, coisas de um passado aparentemente obscurecido na memória de São Paulo, surpreendem-nos atuais e possíveis, retemperando significados de importantes marcos da cidade.

Waldemar Zaidler

outubro de 2014

[excerto do texto de apresentação do catálogo da exposição] 

 

 

 

09/10/2014 a 30/10/2014

SANKOFA, VOLTE E PEGUE

Priscila Mainieri expõe trabalhos recentes de pintura sobre tela e papel, fruto da conjunção da arquitetura do final do século XIX e início do século XX  trazida por imigrantes na construção de suas casas na cidade de São Paulo e de realidades fictícias da vida destes moradores.  Sobreposições geométricas, arabescos, ornamentos, desenhos e cor convivem num mesmo plano, sem perspectiva, formando estampas repletas de símbolos e padrões. Abertura 09/10 às 19h, visitação de 03/10 a 31/10

 

Durante a abertura, 09/10, Letizia Roa e José Calixto tocam Castello, Uccelini e Marini no violino barroco acompanhado pela teorba.

José Calixto Kahil Cohon (Brasil) é músico e compositor formado pela USP e atua na vanguarda antiga e contemporânea.Letizia Roa (Paraguai) toca música historicamente informada no violino barroco.

22/05 a 28/06

A SALA JAPONESA E OUTROS OLHARES ESTRANGEIROS
Carlos Matuck
Apresentação Waldemar Zaidler

Catálogo da exposição pelo link   http://issuu.com/471921/docs/issuu_carlosmatuck 

A Sala Japonesa e outros olhares estrangeiros apresenta trabalhos de Carlos Matuck, realizados durante programas de residência artística na Dinamarca, Polônia, Alemanha, Japão e, com a memória dessas viagens, em seu ateliê em São Paulo. A partir de fotografias antigas, como imagens de identidade criminal e registros de família, Matuck elabora retratos multifacetados, em telas e desenhos sobre papel. Nas séries apresentadas foram utilizadas diversas técnicas, em montagens e desmontagens sucessivas, cortes e colagens de desenhos e pinturas para compor um retrato cultural amplo e particular ao mesmo tempo. Curadoria de Claudio Rocha e Priscila Mainieri. Apresentação de Waldemar Zaidler. Abertura 22/5 às 19h. Até 28/6.

 

  

 

 

 

08/05 a 18/05

PONTO MÚLTIPLO
coletiva SP Estampa
Priscila Mainieri

PONTO MÚLTIPLO apresenta trabalhos de artistas que utilizam

técnicas diferentes em um recorte de suas produções

focado na estampa e na multiplicidade de imagens.

A mostra coletiva faz parte do evento SP ESTAMPA e é

composta de gravuras, fotogravuras, caligrafia, tipografia,

xilogravuras, impressões fine art, estenceis e monotipias de

ANDREA BARSI, ANTONIO CARLOS GOPER, CLAUDIO GIL, CLAUDIO ROCHA,

ELISETE ALVARENGA, FELIPE RISADA, JAIME PRADES, JULIO BARRETO,

MONICA TINOCO, PRISCILA MAINIERI E RENATA BASILE DA SILVA.

 

ABERTURA 8/5 às 19h VISITAÇÃO de 12 a 18 de maio, seg a sex,

das 14h às 19h. sáb e dom (17/18) das 11h às 17h.

 

 

ATELIÊ GALERIA PRISCILA MAINIERI rua Isabel de Castela,274

V.Madalena 3031.8727 www.ateliepriscilamainieri.com.br 

03/04 a 30/04

A Carranca e o Dragão
Rolinho Bros
Claudio Rocha

Pixotosco e RiR são artistas que pintam quase todos os dias nas ruas de São Paulo. Cruzam a cidade pedalando para levar seus desenhos o mais longe possível, no melhor lugar possível, no maior tamanho possível. Na busca pela simplicidade e economia, rolo e extensor substituem o spray e a escada. A “carranca” do RiR (Felipe Risada) e o “dragão” do Pixotosco (Tony de Marco) espalham-se por paredes, colunas, pontes, túneis, viadutos, calçadas ou qualquer outro equipamento urbano disponível na cidade/canvas. Juntam-se a esses signos outros desenhos de um vocabulário desenvolvido em dez anos de estrada e três anos pintando juntos no grupo Rolinho Bros. A parceria na rua evoluiu e se concretizou no ateliê da dupla: uma sala da Paper Box Lab, na praça da Sé, o coração de São Paulo. Foi lá, contaminados pela energia do Centrão, que toda a produção da exposição “A Carranca e o Dragão” foi elaborada. Suportes recolhidos pela cidade, sucata urbana, compõem a mostra ao lado de grandes telas. Esses artistas  entram na galeria com a própria rua nos braços.

Ano 2013



CARTILHA TIPOGRÁFICA
Caudio Rocha

Cartilha Tipográfica, monotipias de Claudio Rocha.

Na cartilha tipográfica, exposição de monotipias produzidas por Claudio Rocha em letterpress, o acesso à palavra escrita é reconstituído com tipos de madeira e matrizes de imagens. Essas monotipias recriam as associações entre os signos da escrita e as representações gráficas de coisas que se iniciam com as respectivas letras do alfabeto

Na infância, o processo de alfabetização, ou letramento, fecha um circuito de relacionamento com o mundo e nos permite formar palavras mentalmente por meio da visão. A apropriação da escrita surge como realização do intelecto, sendo a cartilha o instrumento pedagógico que introduz as letras de fôrma em nosso universo cultural.

A exposição Cartilha Tipográfica é acompanhada pela edição artesanal da pequena cartilha Lux in tenebris (luz na escuridão), nostalgia tipográfica multicolorida em essência.  



"VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA"
PRISCILA MAINIERI

Priscila Mainieri, edita seu protesto aos excessos cometidos por nossos representantes públicos frente às carências sociais do Brasil.  Referencia o povo brasileiro com a força da luta e alegria estampada em cores e formas. Apresenta maquete, instalação, pintura, objeto e fotografia.



ÍCONES PERDIDOS
JULIO BARRETO
CARLOS MATUCK E CLAUDIO ROCHA



A técnica do estêncil existe desde a pré-história. Na antiguidade, era aplicado em objetos e paredes, com caráter ornamental e no início do século XX surgiu renovado nas telas dos pintores modernistas, sendo legitimado pelos artistas da Pop Art na década de1960. Ganhou conotação de movimento urbano cultural e artístico na década de 1980, inicialmente em Paris, depois Nova York e, finalmente, espalhou-se pelo mundo.

Essa forma de expressão, conhecida como graffiti, foi popularizada no Brasil por Alex Vallauri, no final da década de 1970. Junto dele estava Julio Barreto, ainda um menino, curioso e habilidoso. Cresceu respirando a atmosfera da arte de rua daquele período e suas máscaras, tecnicamente bem elaboradas, retratavam o universo das histórias em quadrinhos e da cultura de massa.

No percurso natural da rua para o ateliê, Julio uniu a densidade visual e as texturas do espaço urbano aos exageros, desvios e devaneios da sociedade. Sempre presentes, ícones e personagens, em tramas absurdas ou corriqueiras, são extraídos por seu olhar sensível e inquieto.

 

 

 

 



ESPELHO
PRISCILA MAINIERI

Na série de fotografias "Reconhecer", a  artista coloca frente a frente homem e natureza, como ESPELHO, árvores, flores, raízes,  ao mesmo tempo que revelam situações de conflitos internos, sugerem direções de comportamento.
 
São imagens colecionadas e manipuladas digitalmente com sutileza, sensualidade e emoção.
 
“ A natureza é muito menos estática do que percebemos, como ESPELHO, reflete o ser humano, em sua viagem interior ao longo da existência, materializada num corpo e mente, em constantes transformações e adequações ”
 
Priscila Mainieri
 
 

Ano 2012

12/09 A 06/10

PAREDE S/ PAREDE
JAIME PRADES
Texto PAULO KLEIN Curadoria CLAUDIO ROCHA sobre projeto de JAIME PRADES

 Ao longo de quase 30 anos de pesquisa de ateliê e ações de arte de rua, iniciadas nos anos 80 com o grupo Tupinãodá*, Jaime Prades, artista cujos grafismos fazem parte do imaginário das cidades, particularmente de São Paulo, conquistou com sua obra um território único de convivência entre a arte conceitual e a arte de rua.

 

 Sem perder a irreverência da arte de rua suas obras estabelecem relações com os arquétipos primordiais e com o exercício da transformação da violência que permeia as relações coletivas entre muitas outras. Não por acaso seus personagens atuais são os "Pacificadores".

"As ruínas urbanas são testemunhas da voracidade humana. Migalhas do apetite insaciável de um sistema devorador." Jaime Prades

 

http://issuu.com/jaimeprades/docs/parede_s_parede_cat_logo_   virtual

 

18/04 a 02/06

COMPRESSÃO
Priscila Mainieri

Nesta série de trabalhos de Priscila Mainieri, o ato mecânico de comprimir assume uma dimensão temporal. Partindo de papéis e objetos pessoais, acumulados durante anos e enfrentando a difícil tarefa de desfazer-se de referências sentimentais, a artista transforma esses objetos, por meio da compressão plástica e elástica, criando uma obra carregada de emoção, lembranças e recordações. Um volume grande de matéria é modificado e retorna com outro tipo de materialidade, perdendo a referência do registro original. O significado assume outra dimensão e a matéria anterior se apresenta renovada.
 
As ações repetitivas são condensadas em um único momento, rotinas e percursos são transformados em um único episódio. A percepção de tempo é evidenciada e a forma, em segundo plano, fica carregada de temporalidade.
 
O resultado final oculta um fazer sensível, que vai além de um flashback. É, ao mesmo tempo, reflexão , conscientização, sossego, transformação.

18/04 a 02/06

É BONITO ISSO?
Claudio Rocha

A técnica da impressão tipográfica evoluiu durante quase cinco séculos, passando pela Revolução Industrial para se tornar uma tecnologia complexa no século XX. A produção de tipos, papéis e tintas acompanhou a evolução dos equipamentos de impressão, permitindo que a qualidade gráfica obtida nesse sistema atingisse padrões absolutos de excelência.

Hoje, essa tecnologia foi amplamente superada e o sistema tipográfico é uma herança que se mantém como forma de arte, ligada principalmente a projetos editoriais de fundo cultural.

As Monotipias Tipográficas se inserem nesse contexto, aproximando as artes gráficas das artes plásticas. Os equipamentos e ferramentas gráficas são colocados a serviço da criação: prelo, tipos de madeira e metal, espátula, rolinho para entintamento manual, estopa, solvente, clichês. Sobreposições, velaturas, decalques, colagem, pressão extra nos cilindros, tudo é usado como forma de expressão. Um estado de imersão intenso conecta livremente a energia criativa com a técnica gráfica e conduz a resultados inesperados.